Meu sempre atento pai, pauteiro ocasional deste site, me deu a dica: “Nova York removeu seu último orelhão das ruas… e agora, onde o Superman vai se trocar?”.

Adorei o comentário. Os mais puristas dirão que não faz diferença – afinal, Superman mora em Metrópolis. Mas isso não importa, obviamente. O que eu gostei de ver é o quanto a mitologia do Superman se espalhou. Dentre tantos ícones relacionados ao personagem, me lembrei destes:

  • A cabine telefônica, onde ele veste seu uniforme;
  • Kryptonita, a pedra que representa o ponto fraco de alguém (uma espécie de calcanhar de Aquiles dos séculos 20 e 21);
  • A expressão “É um pássaro? É um avião? Não! É o Superman!”
  • Outra expressão: “Para o alto! E avante!”;
  • As famosas “cuecas em cima das calças”, uma expressão usada pejorativamente como forma de crítica ao gênero dos super-heróis;
  • A maldade em forma humana: Lex Luthor!

Uma curiosidade: dos seis itens criados acima, os quatro primeiros não nasceram nos quadrinhos, onde o personagem foi criado. A cabine telefônica veio de um desenho animado criado para o cinema, “The Mechanical Monsters”, de 1941; os dois bordões e a kryptonita surgiram no programa de rádio que foi um grande sucesso nos anos 40.

Superman transcendeu os quadrinhos, indo inicialmente para o rádio e o cinema. E foi muito além – teatro, TV, livros em prosa, podcasts…

A imagem que abre este texto, de Alex Ross, retrata, além da icônica cabine telefônica, dois nomes relacionados ao Superman que não são ligados aos quadrinhos: Christopher Reeve, que o viveu no cinema, e George Reeves, que o interpretou na televisão.

Há muito mais da mitologia do Superman que não mencionei aqui (a Fortaleza da Solidão, a Cidade Engarrafada etc). Que seus artistas, nos quadrinhos ou fora deles, continuem nos brindando com tanta craitividade e nos fazendo acreditar que o homem pode voar (se você não entendeu a referência, veja abaixo o pôster do primeiro longa do personagem feito, feito para o cinema – é a frase que ostenta o primeiro pôster oficial do filme).

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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