Você conhece a série de TV “Heartstopper”, certo? Bombou na Netflix, nas redes sociais e foi renovada por mais duas temporadas de uma vez só.
A trama parte de uma premissa simples: dois garotos se apaixonam e lidam com o despertar da sexualidade. Se é tão simples, por que está fazendo sucesso? Adaptando uma frase que circula entre escritores: todas as histórias já foram contadas, o que muda é a maneira de narrá-las. (Eu já vi esta frase atribuída a Neil Gaiman, mas não acho que ele tenha sido o primeiro a elaborá-la.)
Estamos falando de uma série de TV aqui no Hábito de Quadrinhos por um motivo simples: “Heartstopper” começou como HQ. Aliás, para ser mais preciso, como webcomics (quadrinhos feitos pensados originalmente para a internet).
A britânica Alice Oseman lançou Heartstopper em 2016 no Tumblr – pra mim, uma novidade, costumo ler webcomics no Instagram ou no Webtoon (onde ela está disponível). A série fez sucesso, ela começou uma campanha de financiamento coletivo e… Virou um livro impresso (que você já pode ler em português), e outro, e outro… O quinto, que encerra a série, está previsto para o ano que vem.
O mercado de webcomics está cada vez maior. Faz muito mais sucesso na Ásia do que no Brasil – ou na Europa, onde surgiu “Heartstopper”, e continua se expandindo.
Como leitor de quadrinhos, é interessante ver esta onda de webcomics surgindo, e agora atingindo novas terras, como a televisão ocidental (adaptações na Ásia não são tão novidade assim). Como ser humano, é bacana ver a comunidade LGBTQ+ retratada em boas obras de arte, principalmente em tempos como este, em que as “piadas” homofóbicas estão ficando cada vez mais comuns, em vez de desaparecerem.