Você conhece a série de TV “Heartstopper”, certo? Bombou na Netflix, nas redes sociais e foi renovada por mais duas temporadas de uma vez só.

A trama parte de uma premissa simples: dois garotos se apaixonam e lidam com o despertar da sexualidade. Se é tão simples, por que está fazendo sucesso? Adaptando uma frase que circula entre escritores: todas as histórias já foram contadas, o que muda é a maneira de narrá-las. (Eu já vi esta frase atribuída a Neil Gaiman, mas não acho que ele tenha sido o primeiro a elaborá-la.)

Estamos falando de uma série de TV aqui no Hábito de Quadrinhos por um motivo simples: “Heartstopper” começou como HQ. Aliás, para ser mais preciso, como webcomics (quadrinhos feitos pensados originalmente para a internet).

A britânica Alice Oseman lançou Heartstopper em 2016 no Tumblr – pra mim, uma novidade, costumo ler webcomics no Instagram ou no Webtoon (onde ela está disponível). A série fez sucesso, ela começou uma campanha de financiamento coletivo e… Virou um livro impresso (que você já pode ler em português), e outro, e outro… O quinto, que encerra a série, está previsto para o ano que vem.

O mercado de webcomics está cada vez maior. Faz muito mais sucesso na Ásia do que no Brasil – ou na Europa, onde surgiu “Heartstopper”, e continua se expandindo.

Como leitor de quadrinhos, é interessante ver esta onda de webcomics surgindo, e agora atingindo novas terras, como a televisão ocidental (adaptações na Ásia não são tão novidade assim). Como ser humano, é bacana ver a comunidade LGBTQ+ retratada em boas obras de arte, principalmente em tempos como este, em que as “piadas” homofóbicas estão ficando cada vez mais comuns, em vez de desaparecerem.

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169