Se você, como eu, gosta de ler em qualquer plataforma (offline ou online, livro ou celular), digamos que a internet é uma gibiteca infinita (ou biblioteca, claro). Podemos escolher por gêneros, origem dos artistas, temas etc. Amo fuçar em busca de coisas diferentes.

Nessas minhas googladas, dois termos aparecem com frequência: webcomics e webtoons. Pensei em fazer uma lista com sugestões de ambos, mas, antes, quis entender a diferença entre eles.

Webcomics são quadrinhos feitos pensados originalmente para a internet. Webtoons, também! Mas os webcomics são pensados em formato de páginas, enquanto os webtoons dão um passo além: são criados de olho num scroll infinito. Dois passos além, se você pensar que alguns deles têm até trilha sonora ou pequenas animações. Mas, no fundo, webtoons não deixam de ser webcomics.

“Mega”, de Salvador Sanz

A rolagem infinita e os eventuais efeitos sonoros fazem com que os webtoons sejam melhores que os webcomics? Não para mim. Afinal, me amarro no conteúdo – sempre.

Naveguei um pouco para ter sugestões bacanas. A maioria está em inglês, uma vez que tentei pegar artistas de diferentes partes do mundo: África (Líbia), Ásia (Coreia do Sul), Américas do Norte (Estados Unidos) e do Sul (Argentina) e Europa (Itália) – além, é claro, de um brasileiro.

Antes de tudo, um conselho: leia este excelente artigo do Jovem Nerd sobre webtoons… Traz contexto, exemplos etc. Baita dossiê!

O fenômeno das webtoons, os quadrinhos digitais sul-coreanos

Leu? Posso esperar um pouco. Vale a pena!

OK, vamos às minhas sugestões:

Digger (em inglês): fantasia bem-humorada estrelada por um animalzinho típico da Austrália chamado vombate – achou o nome dele estranho em português do Brasil? Em Portugal, é conhecido como fascólomo… Autora: Ursula Vernon.

Drimmolo (em italiano ou inglês): este não é o nome de uma história, mas do próprio artista. O italiano Drimmolo disponibiliza histórias divertidas e curtas (11 páginas, no máximo) em seu site.

Hell No!: É a história de Lúcio, um filho de Lúcifer com uma humana. Apesar de ser só 50% demoniozinho, tem de assistir às aulas no Inferno… Terror? Não, humor 🙂 Autor: Leo Finocchi.

Lost In Translation (em inglês): webtoon coreana que apresenta a história do Mayhem, um conjunto musical que tem de lidar com os problemas oriundos da fama crescente. O Mayhem, aliás, está no Instagram, Twitter e YouTube. Serviço completo :-). Autor: Jjolee.

Mega (em inglês): desta vez, começo pelo autor… É o argentino Salvador Sanz – para mim, um dos maiores quadrinistas da atualidade (explico aqui a razão). Tantos nos roteiros como nas ilustrações, Sanz sabe como criar e conduzir histórias bem feitas de terror.

Ola (em inglês): história sensível de uma filha de família imigrante e pobre que consegue entrar na faculdade de medicina. Autora: a líbia-britânica Asia Alfasi.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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