Frank Miller é um artista com trajetória interessante nos quadrinhos. Começou como desenhista promisso, especialmente na Marvel. Depois, mostrou que escrevia muito bem (“Demolidor – A Queda de Murdock”, “Batman – Ano Um”) e que era ótimo quando fazia do roteiro à arte (“Ronin” e “Batman – O Cavaleiro das Trevas”).
O tempo foi passando e seu trabalho foi ficando mais autoral, o que rendeu ótimos trabalhos, como os primeiros arcos de “Sin City”. Um trabalho incrível, que influenciou uma leva de artistas – e de editoras também.
De uns tempos para cá, entretanto, Miller mostrou trabalhos que, mais do que abaixo das expectativas, eram realmente ruins. A segunda série de “O Cavaleiro das Trevas” e “Grandes Astros – Batman e Robin” merecem artigos à parte, de tão ruins. E, francamente, não terminei o preconceituoso “Terror Sagrado”.
Mas voltemos nossos olhos ao início de sua carreira. A Panini está lançando “Universo Marvel por Frank Miller”, omnibus de mais de 450 páginas com trabalhos de Miller entre 1974 e 1983. Há um artista talentoso em início de carreira aí, com seu trabalho amadurecendo. É a gênese do que iria culminar em “Sin City”, felizmente sem nenhum traço ainda do que seria a estultice de “Terror Sagrado”, “Grandes Astros – Batman e Robin” e congêneres.