Frank Miller é um artista com trajetória interessante nos quadrinhos. Começou como desenhista promisso, especialmente na Marvel. Depois, mostrou que escrevia muito bem (“Demolidor – A Queda de Murdock”, “Batman – Ano Um”) e que era ótimo quando fazia do roteiro à arte (“Ronin” e “Batman – O Cavaleiro das Trevas”).

O tempo foi passando e seu trabalho foi ficando mais autoral, o que rendeu ótimos trabalhos, como os primeiros arcos de “Sin City”. Um trabalho incrível, que influenciou uma leva de artistas – e de editoras também.

De uns tempos para cá, entretanto, Miller mostrou trabalhos que, mais do que abaixo das expectativas, eram realmente ruins. A segunda série de “O Cavaleiro das Trevas” e “Grandes Astros – Batman e Robin” merecem artigos à parte, de tão ruins. E, francamente, não terminei o preconceituoso “Terror Sagrado”.

Mas voltemos nossos olhos ao início de sua carreira. A Panini está lançando “Universo Marvel por Frank Miller”, omnibus de mais de 450 páginas com trabalhos de Miller entre 1974 e 1983. Há um artista talentoso em início de carreira aí, com seu trabalho amadurecendo. É a gênese do que iria culminar em “Sin City”, felizmente sem nenhum traço ainda do que seria a estultice de “Terror Sagrado”, “Grandes Astros – Batman e Robin” e congêneres.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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