Quando eu era criança, o fato de sair um mangá no Brasil era notícia. Literalmente. Lembro de uma capa do caderno cultural do “Jornal da Tarde” ser dedicado ao lançamento de “Ranma 1/2”.

De raridade, mangá se tornou quase onipresente. Minha sobrinha Lara, por exemplo, acaba de comprar uma bela quantidade de mangás com o dinheiro que ganhou no aniversário. Isso seria impensável na minha adolescência – no máximo, eu conseguiria comprar um “Lobo Solitário” e um “Ranma 1/2”, se tivesse sorte de os encontrar à venda (a distribuição era péssima).

Fico feliz com a quantidade e a qualidade dos mangás que hoje são oferecidos no Brasil. E fico feliz que as editoras estejam investindo cada vez mais

Vi no ótimo “Shoujo Café” que a Editora NewPOP acaba de lançar um selo específico de mangás: o Selo Sakura vai publicar especificamente shoujo e josei. Se encaixam neste selo obras como “O Único Destino da Vilã é a Morte” (de Gwon Gyeoeul e SUOL – é a ilustração que abre este texto) e “Perfect World” (de Rie Aruga, imagem logo abaixo).

Como nem todo mundo manja de mangá como a Lara, não custa explicar:

  • Shoujo – São quadrinhos originalmente voltados para leitoras pré-adolescentes e adolescentes. O termo é normalmente associado a HQs da Ásia, geralmente mangás (japoneses) ou manwás (coreanos);
  • Josei – São quadrinhos originalmente voltados para leitoras mulheres.

Acho muito bacana a iniciativa da NewPOP. Quanto mais as editores investirem, mais leitores como a Lara e eu ficaremos feliz – e vamos tentar, no site (eu) ou em conversas pessoais (ela) a apresentar o bom material que lemos a eventuais novos leitores.

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169