Quando eu era criança, o fato de sair um mangá no Brasil era notícia. Literalmente. Lembro de uma capa do caderno cultural do “Jornal da Tarde” ser dedicado ao lançamento de “Ranma 1/2”.
De raridade, mangá se tornou quase onipresente. Minha sobrinha Lara, por exemplo, acaba de comprar uma bela quantidade de mangás com o dinheiro que ganhou no aniversário. Isso seria impensável na minha adolescência – no máximo, eu conseguiria comprar um “Lobo Solitário” e um “Ranma 1/2”, se tivesse sorte de os encontrar à venda (a distribuição era péssima).
Fico feliz com a quantidade e a qualidade dos mangás que hoje são oferecidos no Brasil. E fico feliz que as editoras estejam investindo cada vez mais
Vi no ótimo “Shoujo Café” que a Editora NewPOP acaba de lançar um selo específico de mangás: o Selo Sakura vai publicar especificamente shoujo e josei. Se encaixam neste selo obras como “O Único Destino da Vilã é a Morte” (de Gwon Gyeoeul e SUOL – é a ilustração que abre este texto) e “Perfect World” (de Rie Aruga, imagem logo abaixo).
Como nem todo mundo manja de mangá como a Lara, não custa explicar:
- Shoujo – São quadrinhos originalmente voltados para leitoras pré-adolescentes e adolescentes. O termo é normalmente associado a HQs da Ásia, geralmente mangás (japoneses) ou manwás (coreanos);
- Josei – São quadrinhos originalmente voltados para leitoras mulheres.
Acho muito bacana a iniciativa da NewPOP. Quanto mais as editores investirem, mais leitores como a Lara e eu ficaremos feliz – e vamos tentar, no site (eu) ou em conversas pessoais (ela) a apresentar o bom material que lemos a eventuais novos leitores.