O marinheiro Corto Maltese é, certamente, um dos grandes personagens dos quadrinhos europeus. Para mim, inclusive, entra no hall das HQs do mundo inteiro – escrevi na TV Cultura sobre a aventura e a psicologia que seu criador, o italiano Hugo Pratt, conseguiu colocar nas histórias.

Pratt (1927-95) lançou histórias de Maltese entre 1967 (“A Balada do Mar Salgado”, a minha favorita) e 1991 (“Mu – A Cidade Perdida”). Ficamos 24 anos sem HQs do personagem, até que os espanhóis Juan Díaz Canales (roteiro) e Rubén Pellejero (arte) assumiram a dura tarefa de leva Maltese adiante.

“Sotto il sole di mezzanotte” saiu em 2015 – “Equatoria” veio em 2017 e “Il giorno di Tarowean”, 2019, todos com Canales e Pellejero no comando. A equipe foi renovada e “Ocean Noir”, lançado mês passado, contou com os franceses Martin Quenehen (roteiro) e Bastien Vivès (arte).

A fase pós-Pratt do Corto Maltese é inédita no Brasil – por enquanto. A editora Trem Fantasma anunciou “Sob o Sol da Meia-Noite”, o primeiro da trilogia de Canales & Pellejero.

Abaixo, o resumo da editora:

“Encontramos Corto em 1915, acabando de chegar ao Panamá – e já de partida! O destino é San Francisco e a sua Exposição Internacional onde espera encontrar um amigo de longa data, o escritor Jack London. Mas o autor de O Chamado Selvagem dirige-se já para o México, a fim de efetuar uma reportagem sobre a revolução de Pancho Villa. No desencontro, London deixa uma mensagem pedindo a Corto que entregasse uma carta a uma certa Waka Yamada uma antiga estrela de ‘saloon’ em Dawson City durante a corrida para o ouro, agora convertida em militante contra o tráfico de mulheres no Alasca. Em troca de lhe fazer chegar essa carta, London promete a Corto uma nova aventura… e um misterioso tesouro!”

Bem-vindo de volto, sr. Corto Maltese. Eu estava com saudades.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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