É difícil determinar o personagem mais original criado por Jack Kirby. Tem o Capitão América (cocriação com Joe Simon), tem o Hulk (cocriação com Stan Lee), tem até o Etrigan, um demônio que fala por meio de rimas!

Um dos mais divertidos, para mim, é OMAC – sigla em inglês para “o exército de um homem só” (escrevi isso e uma música dos Engenheiros do Havaí começou a tocar na minha cabeça). No original, One Man Army Corps.

OMAC é Buddy Blank, um supersoldado de um futuro distópico. Graças a avanços tecnológicos, seu corpo é conectado a um satélite inteligente que orbita a Terra (curiosamente chamado de Irmão Olho!).

Quando o frágil Blank aciona o satélite, ele se torna um poderoso guerreiro de uniforme berrante azul-vermelho-amarelo e com um olho desenhado no meio do peito. Sua cabeça ostenta um respeitável moicano.

A fase clássica de Jack Kirby durou apenas oito números, lançados entre 1974 e 75. São essas histórias que a Panini está publicando em um especial que já está em pré-venda.

Entre muitas outras qualidades como artista, Kirby foi um soberbo criador de mitologias. Sua última história com Omac é de 1975, mas a DC aproveita até hoje a criatividade por trás do personagem. Entre as versões posteriores de OMAC, e que não foram criadas por Kirby, estão:

  • OWAC (One Woman Army Corps), a versão feminina do OMAC;
  • uma versão do OMAC que é uma mistura do personagem com o Superboy: o Superboy OMAC (One Millionth Actual Clone, algo como “milionésimo clone veradeiro”);
  • uma versão feminina do OMAC que descende de Lex Luthor (!), também chamada de OWAC;
  • biOMAC, que parece uma versão mais robô do que humana;
  • O.M.A.C., uma versão definitivamente mais robô do que humana: Omegatech Mechanoid Armored Cop (algo como Tira Blindado Mecanoide Omegatecnológico);
  • uma mistura do OMAC com o herói Besouro Azul: OBAC (o Exército de um Besouro Só – eu não disse que todas as novas versões do OMAC eram boas, veja bem…);
  • ReMAC, o OMAC paquistanês;
  • um OMAC cambojano que não só vive no presente como fez parte da Liga da Justiça.
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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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