Como é a voz do Batman? E da Mulher-Maravilha? Será que a voz do Homem-Aranha muda conforme ele envelhece? Essas são perguntas que leitores veteranos de quadrinhos tiveram de responder usando sua própria imaginação, interpretando em suas mentes as imagens estampadas nas páginas que liam. Para toda uma outra geração de fãs, entretanto, essas características foram definidas antes mesmo de qualquer contato com arte sequencial; por animações, séries de TV ou filmes. É um movimento que só cresce e crescerá pelos próximos anos, e que será abordado semanalmente, a partir desta sexta (28), nesta coluna do Hábito de Quadrinhos: a Quadrinho Falado.

Com 25 anos de idade, eu pertenço ao grupo de pessoas que conheceu as adaptações antes dos originais. Meu amor pelos quadrinhos só existe porque, quando pequeno, fui apresentado a Batman: A Série Animada. Uma das mais celebradas adaptações das histórias do Homem-Morcego para a televisão, ela despertou em mim o interesse em ler mais da mitologia de Bruce Wayne. Não tardou para que isso se estendesse a outros ícones da DC Comics, chegasse à Marvel, voltasse para uma paradinha na Vertigo… Até que me vi, oficialmente, como um fã da Nona Arte em geral.

A série animada da “Liga da Justiça” lançada em 2001 definiu os heróis para uma geração

Hoje, a Casa das Ideias (apelido carinhoso da Marvel) tomou a dianteira comercial e popular no quesito adaptações de histórias em quadrinhos. O Universo Cinematográfico Marvel é um colosso bilionário com mais de 20 filmes (e planos para muito mais), servindo como a verdadeira porta de entrada de mais e mais pessoas à leitura das histórias originais; uma locomotiva que puxa um trem de tendência na indústria do entretenimento, à medida que esse modelo de negócios passa a ser imitado por outros estúdios de cinema, canais de televisão e até produtoras independentes.

Das obras de Mark Millar sendo adquiridas pela Netflix ao mergulho dos produtores Seth Rogen e Evan Goldberg na obra de Garth Ennis, com Preacher e The Boys na Amazon Prime Video, o que não faltam são versões faladas, atuadas e/ou animadas das mais variadas “bandas desenhadas” — para muito além da “Liga da Justiça” ou dos “Vingadores”.

E é aí que entra a coluna Quadrinho Falado: para discutir semanalmente algum aspecto das adaptações de quadrinhos para o cinema e televisão lançando uma análise crítica do ponto de vista de quem reverencia as estruturas deixada nas HQs por tantos artistas brilhantes, mas também compreende a importância de modernizar e reinventar certas narrativas para uma nova mídia. Espero que você goste e embarque nessa comigo.

ps – Leia aqui a coluna de estreia: Pegou essas referências no teaser do novo filme do Batman?

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