Sou muito fã do quadrinista espanhol Miguelanxo Prado. Recentemente, vi uma entrevista em que ele conta sobre uma vez em que estava acordado de madrugada, tomando conta do filho pequeno, e zapeou um pouco a TV. Foi fisgado por uma única cena, que achou incrível, mas não conseguiu descobrir qual o nome do filme, nem quem era o autor que tanto o impressionou.

No dia seguinte, ligou para um amigo e pediu ajuda. Achou que seria difícil, mas bastou que descrevesse a cena (é a imagem no alto deste texto) para que o cinéfilo matasse a dúvida na hora:

– “Meu Amigo Totoro”, de Hayao Miyazaki!!

Miguelanxo Prado tem bom gosto para os artistas que admira! Sim, ele foi atrás do trabalho de Miyazaki e se encantou…

Pois bem, chegamos ao assunto de hoje: a TV japonesa NHK lançou uma série documental sobre Miyazaki. Os quatro episódios de 10 anos com Hayao Miyazaki” estão acessíveis aqui – de graça e com legenda em português.

Se você não está associando o nome aos prêmios – e ao talento! -, Miyazaki é um dos grandes artistas tanto dos mangás quanto dos animês. Eu o conheci por seus quadrinhos (falo aqui do ótimo “Nausicaä do Vale do Vento) e só depois tive contato com suas maravilhosas animações, mas hoje sei que ele é mais famoso por elas. Afinal, ele é o cérebro, o coração e tudo o mais por trás do Studio Ghibli, de onde vieram obras como…

  • A Viagem de Chihiro”, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim, Oscar (categoria de melhor animação) e mais 3 ou 4 dezenas de prêmios (literalmente)
  • O Castelo Animado”, vencedor de duas dezenas de prêmios e mais um monte de indicações (como ao Oscar de melhor animação)
  • Princesa Monomoke
  • Ponyo
  • e, claro, o já citado “Meu Amigo Totoro”

Todas as animações do Studio Ghibli estão na Netflix. Se você nunca viu nada dele, sugiro que dê uma chance – tanto aos mangás (5 dos 7 volumes de “Nausicaä” já saíram no Brasil) quanto aos animês. Você vai entender por que o Miguelanxo Prado se encantou tanto.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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