Eu cresci lendo as aventuras do Super-Homem. Agora, o nome é Superman. Uma mudança como essa é uma boa ideia? Por que Martain Manhunter (ao pé da letra, “caçador marciano”) virou Ajax no Brasil? E traduzir Wonder Woman (sim, você sabe: Mulher-Maravilha) como Miss América?

Aliás, na Espanha, o filho de Darth Vader já foi chamado de Lucas Trotacielos. Seu melhor amigo era o piloto peludão Mascatabaco. O que os tradutores acham de adaptar assim os nomes?

Até onde vai a liberdade de um tradutor? E as notas do tradutor, sempre ajudam na narrativa da história ou, se colocadas em excesso, podem virar “lombadas” na leitura?

Tem muita coisa que eu gostaria de perguntar a quem traduz os quadrinhos que eu leio. Não são críticas ou desabafos: são curiosidades mesmo! Deve haver uma história divertida na escolha de “Ajax” para “Martain Manhunter”.

Fora as curiosidades, há muito mais que eu gostaria de aprender com eles. Como é a rotina profissional, o quanto um editor interfere, o que acontece quando eles ficam em dúvida quanto a algo essencial para o roteiro, o quanto ter um tradutor online ajuda – se é que eles usam algum…

Tudo isso para falar de um podcast bem novinho, que estreou mês passado. Eu escutei todos até agora, e por isso me sinto à vontade para recomendar: se chama Notas dos Tradutores. Os três participantes* não só trabalham na área como são feras: Mario Luiz C. Barroso, Carlos Henrique Rutz e Érico Assis.

Os episódios são lançados às segundas (por isso publiquei este texto hoje) e você pode encontrá-los nos agregadores de podcasts ou aqui.

* N do A (nota do autor, termo que inventei agora livremente adaptado do “N do T”, a famosa “nota do tradutor”): se você, como eu, sempre olha os créditos das histórias, já deve estar familiarizado com esses nomes…

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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