Toda semana, aproveito a sessão Duas Dicas Dominicais para apresentar dois lançamentos recentes de quadrinhos no Brasil. Apesar da pandemia, ainda temos, felizmente, boas HQs saindo por aqui.

Ontem, na Sábado Sessão Saudade, apresentei três ótimas obras de não-ficção. Continuo nesse pegada… Sei que a realidade, com pandemia e isolamento, anda dura, mas ler (ou assistir!) boas obras documentais nos trazem conhecimento.

E conhecimento não ocupa espaço, não é mesmo?

Eles nos Chamavam de Inimigo”, de George Takei, Justin Eisinger, Steven Scott e Harmony Becker

Lembra de Hikaru Sulu, de Jornada nas Estrelas? Seu ator, o grande George Takei, lançou uma HQ autobiográfica – mas de uma parte da sua vida bem menos feliz do que voar a borda da Enterprise.

Quando criança, Takei, que nasceu em Los Angeles, viveu parte em três campos de concentração americanos que abrigaram mais de 120 mil pessoas de origem japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. Ele era criança, mas tem muito a dizer sobre esse período – e o título já diz muito: “Eles nos chamavam de inimigo”.

Este livro ganhou o Eisner Awards, o Oscar norte-americano dos quadrinhos, na categoria melhor obra inspirada em fatos.

Grama”, de Keum Suk Gendry-Kim

Não é tão fácil encontrarmos edições brasileiras de quadrinhos sul-coreanos. “Grama” é um tremendo achado. A leitura me impactou e vou abordar este livro com mais profundidade aqui no Hábito de Quadrinhos, mas quero já deixar a dica.

“Grama” conta a história real de Ok-sun Lee. Quando o Japão, na metade do século 20, invadiu a Coreia do Sul e parte da China, membros do seu exército passaram a frequentara “casas de conforto” – eufemismo para casas que abrigavam escravas sexuais. Uma história fortíssima, que resultou em um livro e tanto.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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