Já estamos no feriadão da Independência: você vai piscar, e o Sete de Setembro já vai ter passado…

De qualquer maneira, vou aproveitar o gancho do feriadão aqui no Sábado Sessão Saudade e indicar três quadrinhos brasileiros.

Como a proposta é apresentar obras com conteúdos originais entre si, vou radicalizar e sugerir HQs de três séculos diferentes… Boa leitura!

As Aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora”, de Angelo Agostini

Já mencionei aqui no site minha admiração pelo ítalo-brasileiro Angelo Agostini (1843-1910). Ele é tão precursor que, em sua época (século 19), sequer havia uma linguagem consolidada de quadrinhos. Ou seja, ele podia fazer o que quisesse – inclusive mudar a sequência da leitura no meio de uma história. Assim, se um capítulo era para ser lido de maneira convencional (da esquerda para a direita), o seguinte podia, do nada, ser lido de cima para baixo. E tudo bem!

O Senado brasileiro lançou, em 2002, uma impecável edição chamada “As Aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora: os primeiros quadrinhos brasileiros 1869-1883”. São 40 páginas de textos explicando quem foi Agostini e como aquelas séries foram publicadas – são mais 160 páginas de quadrinhos. O livro está disponível, online e de graça, no site do Senado Federal. Recomendo!

Overman – O Álbum, o Mito”, de Laerte

Na minha humilde opinião, a brasileiríssima Laerte é um dos maiores nomes dos quadrinhos em atividade no mundo, não só no Brasil. Sei que você já conhece o trabalho dela (e certamente a admira), mas fiz questão de explicar aqui as razões pelas quais sou fã.

Entre tantas obras possíveis da Laerte, escolhi uma que sempre me agrada quando releio: “Overman”, a maravilhosa tiração de sarro/homenagem ao universo mágico dos super-heróis.      

Monstros!”, de Gustavo Duarte

Pegue qualquer livro do Gustavo Duarte e abra em qualquer página. Fez isso? Que narrativa linda, não?

Gustavo Duarte é um baita artista visual. Conta histórias, quase sempre sem balões, com humor, leveza e lindas ilustrações. Em “Monstros!”, três criaturas gigantescas ameaçam o litoral paulista. Uma aventura diluída em muito, muito humor.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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