Na semana passada, comentei sobre o excelente mangaká Jiro Taniguchi em minha coluna semanal na TV Cultura. Em resumo, elogiei seus roteiros inteligentes e sensíveis e seu traço limpo e preciso.
Taniguchi tem público aqui no Brasil. Nos últimos anos, foram lançados, por exemplo, “O Diário do Meu Pai”, “Zoo no Inverno” e “O Homem que Passeia”. Felizmente, ainda tem obra dele que é inédita para nós, e deixo aqui três humildes sugestões de publicação.
“Botchan No Jidai” (“Nos tempos de ‘Botchan'”, em tradução livre)
Esta série, criada ao lado de Natsuo Sekikawa, retrata o escritor japonês Natsume Soseki e a sociedade em que vivia, um período conhecido como Era Meiji (1864-1912), quando o Japão estava começando a se abrir para o Ocidente. “Botchan” é uma famosa obra de Soseki, daí o título do mangá.
“Kamigami no Itadaki” (“O cume dos deuses”, em tradução livre)
Série em cinco volume que adapta o romance homônimo de Baku Yumemakura. Narra a história de um fotógrafo que encontra uma câmera que teria pertencido a George Mallory, um alpinista que desapareceu no Monte Everest, e parte em uma aventura de escalada. Taniguchi, inclusive, chegou a praticar escaladas para conhecer melhor o alpinismo (e as montanhas) e criar um mangá ainda mais atraente.
“Ikaru” (Ícaro”, em tradução livre)
Para mim, a mais inusitada. Nada menos do que uma parceria dele com o francês Moebius, outro mestre da nona arte. O roteiro -uma história de ficção cientítica – fica com o criador da “Garagem Hermética”, e as ilustrações ficam com o mangaká.