Há cinco anos, isolado em casa por conta da pandemia (e nutrindo a ilusão de que tudo acabaria em poucos meses), escrevi aqui no site sobte um mangá que me impactou: “Na Prisão”, de Kazuichi Hanawa.

Eu havia lido “Na Prisão” quando de seu lançamento no Brasil, 15 anos antes, mas tinha uma memória vívida dele. Hanawa, então um mangaká consagrado, foi condenado a três anos de cadeia por porte ilegal de armas. O mangá é uma relato sincero, cru e sóbrio do seu período na cadeia. Uma obra de qualidade, que provoca muitas reflexões: sobre sistemas carcerários e seu papel reeducativo; sobre erros e reparação; sobre liberdade; sobre aproveitar a vida.

Uma nova edição de “Na Prisão” sairá aqui em julho, pela Comix Zone (a que eu li era da Conrad) – e já está em pré-venda. Abaixo, a sinopse da nova editora brasileira:

“Em Na Prisão, o mestre do mangá underground Kazuichi Hanawa transforma sua própria experiência atrás das grades em um relato visual único. Preso em 1994 por posse ilegal de armas, o artista foi condenado a três anos de detenção e, ao sair, decidiu narrar a rotina espartana do cárcere japonês com um olhar sóbrio e detalhista.
Hanawa registra com precisão quase documental os rituais, refeições, tarefas e normas de um sistema penitenciário marcado pela ordem extrema e pela anulação do indivíduo. Não há queixas, exceto a falta de cigarros. Não há denúncia, apenas observação.
Na Prisão é um mergulho fascinante na lógica da punição japonesa – um documento raro, desenhado com paciência e lucidez por quem viveu cada detalhe.
A edição apresenta 240 páginas em altíssimo padrão de qualidade para colecionadores, com capa cartão, sobrecapa, papel pólen bold de alta gramatura e miolo com acabamento colado e costurado, garantindo o melhor manuseio das páginas. Além disso, inclui um marcador de página exclusivo.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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