Sempre gostei muito do conceito por trás da HQ indiana Priya: uma super-heroína criada para conscientizar jovens leitores sobre violência de gênero.

A personagem é uma indiana que sobrevive a um, consegue poderes mágicos e vira uma super-heroína. Priya foi reconhecida pela ONU como “campeã da igualdade de gênero”.

Foi com felicidade (e um pouco de surpresa, confesso) que vi que a história mais recente da Priya mudou o foco: agora, ela combate tanto a Covid-19 quanto os negacionistas da pandemia (“A Máscara de Priya” está disponível em português e de graça).

Entrevistei o criador da personagem, o indiano Ram Devineni, para minha coluna semanal na TV Cultura. A entrevista completa está lá, mas separei três trechos como aperitivo:

“O poder dos quadrinhos está no fato de eles apresentarem temas muito difíceis de uma forma muito acessível e empática.”

“Tem havido muita discussão sobre as consequências econômicas e médicas do vírus [da Covid-19], mas muito pouco sobre o impacto emocional que ele tem sobre as pessoas. (…) Queríamos uma forma criativa para os pais falarem sobre a pandemia e a solidão com seus filhos.”

“Os sobreviventes [de ataques de ácido] muitas vezes reclamaram que queriam ir a público para contarem suas histórias, mas a mídia e o público em geral não os queriam ouvir por causa da natureza brutal do crime e das cicatrizes que ficaram. (…) A HQ [“O Espelho de Priya”, também disponível] deixou as pessoas próximas dos sobreviventes, o que as ajudou a contarem suas histórias na mídia.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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