Sempre gostei muito do conceito por trás da HQ indiana Priya: uma super-heroína criada para conscientizar jovens leitores sobre violência de gênero.
A personagem é uma indiana que sobrevive a um, consegue poderes mágicos e vira uma super-heroína. Priya foi reconhecida pela ONU como “campeã da igualdade de gênero”.
Foi com felicidade (e um pouco de surpresa, confesso) que vi que a história mais recente da Priya mudou o foco: agora, ela combate tanto a Covid-19 quanto os negacionistas da pandemia (“A Máscara de Priya” está disponível em português e de graça).
Entrevistei o criador da personagem, o indiano Ram Devineni, para minha coluna semanal na TV Cultura. A entrevista completa está lá, mas separei três trechos como aperitivo:
“O poder dos quadrinhos está no fato de eles apresentarem temas muito difíceis de uma forma muito acessível e empática.”
“Tem havido muita discussão sobre as consequências econômicas e médicas do vírus [da Covid-19], mas muito pouco sobre o impacto emocional que ele tem sobre as pessoas. (…) Queríamos uma forma criativa para os pais falarem sobre a pandemia e a solidão com seus filhos.”
“Os sobreviventes [de ataques de ácido] muitas vezes reclamaram que queriam ir a público para contarem suas histórias, mas a mídia e o público em geral não os queriam ouvir por causa da natureza brutal do crime e das cicatrizes que ficaram. (…) A HQ [“O Espelho de Priya”, também disponível] deixou as pessoas próximas dos sobreviventes, o que as ajudou a contarem suas histórias na mídia.”