
O hoje finado selo Vertigo, da DC Comics, tinha uma proposta e tanto: dar espaço para artistas talentosos criarem obras autorais voltados para o público adulto. Nem tudo do que foi publicado, claro, fez sucesso, mas as propostas em si eram, quase sempre bacanas.
Uma das minhas HQs favoritas da Vertigo foi “Os Invisíveis”, criada e escrita por Grant Morrison e ilustrada por muitos desenhistas. Com diálogos afiados, personagens incríveis (adoro a brasileira Lord Fanny), ação intensa, citações e participações literárias (o Marquês de Sade viaja no tempo para conhecer o presente), a saga dos Invisíveis é interessantíssima. O grupo de anarquistas que dá título à história trava uma intensa, violenta e dolorosa guerra contra um misterioso grupo que atua nas sombras da sociedade. O que eles fazem de tão ruim? Têm a cura da Aids e não divulgam, por exemplo. Manipulam Exércitos e poderes executivos de países importantes. É a soma de todas as teorias da conspiração.
Nem todo mundo gosta de “Invisíveis”, claro. Há quem reclame que seja confuso e que não entrega todas as respostas. Há quem diga que as respostas estão lá, mas é tudo tão cáotico que é difícil entender. Eu acho que nem tudo precisa de respostas – por exemplo, adoro os filmes do David Lynch. E, quando o assunto é “Invisíveis”, sou fã.

A Panini está lançando uma coleção de luxo de “Os Invisíveis“. Curiosamente, os dois primeiros volumes entraram em pré-venda ao mesmo tempo, e olha que não são exatamente baratos: cada edição tem ao menos 320 páginas e custa mais de R$ 150. Abaixo, a sinopse da editora brasileira:
“O mundo não é o que parece. Por trás das cortinas da existência mundana, uma vasta e profana conspiração está em ação, torcendo e distorcendo a realidade para preparar terreno para uma colonização por terríveis poderes extradimensionais. Entre a humanidade e essa ameaça está um movimento de resistência risivelmente pequeno, espalhado pelo tempo e pelo espaço – um punhado de subversivos conhecidos como Os Invisíveis.
Essa silenciosa guerra de guerrilha está acontecendo por milênios, moldando a própria estrutura do universo. Mas a contagem regressiva para a batalha final começou, e em breve todos terão que fazer uma escolha: uma conformidade opressora e que dilacera a alma, ou a liberdade radical e anárquica?
De que lado você está?”
