Comentei esta semana, em minha coluna semanal na TV Cultura, o ótimo romance que é “As Incríveis Aventuras de Kavalier e Clay”, de Michael Chabon. Somos envolvidos na vida dos dois protagonistas de tal maneira que, quando acaba, parece que foram só 70 páginas de leituras, e não quase 700.

No livro, Kavalier e Clay viram quadrinistas e criam um personagem de muito sucesso: o super-herói Escapista, aquele que foge de qualquer armadilha. Uma obra tão boa quanto esta de Chabon acaba repercutindo, e quadrinistas do mundo real se reuniram para homenageá-la. Dois quadrinhos insirados em “As Incríveis Aventuras de Kavalier e Clay” já saíram aqui no Brasil sem muito alarde, então vou apresentá-los (torcendo para ser redundante – tomara que você já conheça não só as HQs, mas especialmente o romance).

As Incríveis Aventuras do Escapista” (capa acima) é uma coletânea de quase 200 páginas em que artistas diferentes se divertem com o personagem. Temos ilustrações ora cartunescas, ora realistas, histórias dramáticas ou de humor… Para mim, os destaques são a participação do cultuado Harvey Pekar, em que ele narra uma fuga de mesmo do hospital em que ele acaba encontrando o Escapista, e um conto curto escrito e ilustrado por Will Eisner.

Já “Os Escapistas” (imagem abaixo), escrita por Brian K. Vaughan, é uma história única, lançada originalmente em seis números. Nela, um grupo de três amigos quer resgatar o trabalho de Kavalier e Clay e voltar a publicar ótimos quadrinhos do Escapista. Uma história inteligente, divertida, tocante e crítica ao mercado norte-americano de HQs. Recomendo.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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