Trailers podem enganar, mas é muito provável que o filme do Thor que estreia nesta semana nos traga dois heróis com este nome: Jane Foster, ostentando o poderoso martelo encantado Mjolnir (“todo aquele que for digno e o levantar se tornará o Thor”, diz a inscrição) e o próprio Thor Odinson que todos conhecemos, interpretado com charme e humor por Chris Hemsworth.

Para quem lê os quadrinhos da Marvel, faz sentido que Jane Foster (a personagem de Natalie Portman) vire a heroína Thor – isto já aconteceu nas HQs. (Na verdade, ela já assumiu dois codinomes diferentes, mas não vou contar qual é o segundo porque ainda não assisti ao filme e pode ser que seja um spoiler.)

Jane Foster virou a Thor em 2014, nas páginas da revista mensal do personagem. Antes disso, tivemos várias versões femininas do herói em outras realidades, mas que não contam na cronologia oficial… Inclusive a própria Jane Foster, que em uma dimensão paralela se tornou a heroína Thordis – a única aparição desta personagem se deu lááá em 1978, nem a Natalie Portman ou o Chris Hemsworth já tinham nascido (eu tinha).

A primeira versão feminina do Thor que apareceu na cronologia oficial da Marvel foi a Jovem Thor (Thor Girl, no original). Apesar do nome, não tem nada a ver com o Deus do Trovão: trata-se da alienígena Tarene, que ganhou poderes graças a um feiticeiro também alien e deveria enfrentar um terrível vilão. Conseguiu, graças à ajuda de Thor. Detalhe: tanto a aparência de deusa do trovão como o nome foram autoimpostos, graças a seus gigantescos poderes. Ela quis se vestir assim e assumiu esse codinome, sem consultar ninguém em Asgard a respeito…

Talvez justamente por essa falta de ligação com a mitologia do Thor, como ocorre com a Jane Foster, Tarene foi rapidamente esquecida após 3 dezenas de aparições e poucos se lembram dela. Poucos, mas como Taika Waikiki, o diretor do próximo filme do Thor, é um grande detalhista, não me surpreenderia se ela aparecesse voando, ainda que por alguns segundos, em “Thor: Amor e Trovão”.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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