É chato ler um texto que começa com hiperlativos, né? Parece que o autor está deslumbrado. E se esse recurso for usado por muitas vezes, ele se banaliza: tudo vira “clássico”, “icônico”, “incontornável”…
“Maus”, de Art Spiegelman, é “clássico”, “icônico” e “incontornável”.
Trata-se da única história em quadrinhos que venceu o Prêmio Pulitzer, no distante ano de 1992. Ajudou os norte-americanos (foi publicada inicialmente por lá) a entenderem o valor de HQs maduras.
Se você não leu, um breve resumo: trata-se de uma história de não-ficção que mostra Art entrevistando o próprio pai, Vladek, sobre como foi ser judeu na Europa durante a Segunda Guerra Mundial – inclusive os meses em que sobreviveu, prisioneiro, em um campo de concentração.
O livro é uma porrada do Mike Tyson na boca do estômago.
A Companhia das Letras já colocou em pré-venda “Metamaus“, um livro do próprio Art Spiegelman sobre “Maus”, com entrevistas e material inédito do projeto. Além do livro, vem um DVD, que traz, entre outras coisas, o áudio das entrevistas que Art fez com Vladek e “Maus” em versão digital. Um material de peso sobre uma HQ… clássica. Icônica. E incontornável.