A editora Skript colocou no Catarse o livro “Pussey!”, do multipremiado Daniel Clowes.

Quando comecei a comprar quadrinhos importados (sim, houve um tempo em que a paridade real/dólar permitia isso), uma das dicas que recebi foi levemente enfática: “Daniel Clowes, agora!”. Fui atrás de “Eightball”, sua revista alternativa que o colocou em um lugar bem respeitável dentro do cânone dos quadrinhos americanos independentes (podemos chamar de “comix”) já nos anos 90.

Vou te dizer: era difícil achar HQ dele para comprar… A primeira que consegui foi uma versão portuguesa de “Ghost World”, que depois viraria filme com Scarlett Johansson, muito antes de ela virar Viúva Negra.

Felizmente, o Brasil já recebeu desde então alguns livro de Clowes, como “Ghost World”, “David Boring” e “Como um Luva de Veludo Moldada”

Chamei Daniel Clowes de “multipremiado” lá em cima, melhor me explicar. Ele já venceu algumas vezes os principais prêmios norte-americanos de quadrinhos nas últimas décadas: 5 vezes o Eisner Awards e 15 o Harvey Awards. E em categorias bem diferentes:

  • melhor nova série (Harvey, em 1990)
  • melhor história (Harvey, 1990, 91, 98 e 2005, e Eisner, 2002 e 2005)
  • melhor letrista (Harvey, 1991 e 97)
  • melhor série contínua (Harvey, 1991, 92 e 97)
  • melhor escritor (Harvey, 1997 e 2005)
  • melhor escritor/ilustrador (Eisner, 2000 e 2002, e Harvey, 2002)
  • melhor graphic novel de republicação (Harvey, 2003 e 2012)
  • melhor graphic novel inédita (Eisner, 2011)

Um bicho-papão de prêmios, que ainda foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado por “Ghost World”, filme inspirado em sua HQ homônima (perdeu para “Uma Mente Brilhante”).

“Pussey!” narra a história de Dan Pussey, quadrinista fictício por trás do super-herói Nauseator. No fundo, é uma sátira à indústria de quadrinhos – ainda não li a obra, mas desconfio de que os fãs, como você e eu, também sejamos alvo…

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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