Howard Cruse já tinha mais de 20 anos de carreira como quadrinista quando a DC Comics o convidou para criar sua graaphic novel de estreia. Ele era conhecido por obras alternativas e, mais do que isso, por abordar temas tabus – por exemplo, nas revistas “Bizarre Sex” e “Gay Comix”. O resultado foi “Stuck Rubber Baby – Quando viemos ao mundo“, que a Conrad está lançando no Brasil.
A DC era, nos anos 90 (e ainda hoje), conhecida por seus super-heróis. E ela tinha um selo voltado para histórias mais adultas: a Vertigo, por onde saiam “Sandman” e “Monstro do Pântano”, por exemplo. E havia outro selo ainda, bem menos famoso: “Paradox Press”.
Como a Vertigo, a Paradox também visava o público adulto. Diferentemente dela, entretanto, a Paradox evitava histórias de ficção científica, fantasia e terror. Era, digamos assim, um palco para histórias mais fincadas na realidade.
E “Stuck Rubber Baby” finca seus dois pés na realidade, abordando homofobia e racismo – temas tão difíceis quanto importantes. Além da relevância do tema, há a qualidade. “Stuck Rubber Baby” foi eleita a melhor graphic novel daquele ano no Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos americanos. Aliás, também venceu a mesma categoria no Harvey Awards, o principal concorrente do Eisner Awards.
Quantas pessoas você vê, ao seu redor, tomando atitudes racistas ou homofóbicas, mas, claro!, negando serem racistas ou homofóbicas? (Estou falando apenas de quem você conhece pessoalmente. Se formos mencionar com quem você conhece só pelas redes sociais…)
“Stuck Rubber Baby” seria uma ótima sugestão de leitura para essas pessoas.