Robert Kirkman é um ótimo roteirista de quadrinhos. Suas séries “The Walkind Dead” e “Invencível”, ambas publicadas de modo incompleto no Brasil, são acima da média.

E as adaptações de suas obras para a TV tendem a ser bem feitas. Assisti apenas à primeira temporada de “Walking Dead” e gostei bastante – soube que as seguintes tiveram altos e baixo. Ainda não vi a animação “Invencível”, mas li críticas ótimas.

E havia um mistério a respeito de uma obra de Kirkman para mim. Por que a revista mensal de “The Walking Dead” acabou de repente? A editora Image havia divulgado capas dos números 194 e 195, mas o 193 foi o último. Ou seja, as capas falsas foram divulgadas apenas para despistar: foi um baita surpresa para os leitores.

Abaixo, a capa fake do inexistente número 194:

Descobri no “Comicbook” que Kirkman explicou o que aconteceu no programa “Fatman Beyond”, de Kevin Smith. Então, apresento aqui um resumo do que ele falou – acho interessante para quem, como eu, são fãs da série.

“Se você sabe que o fim está chegando e um personagem principal morre poucas edições antes do final, você não se importa:’A série está acabando, é claro que esse ele morre.'” Ou seja, para Kirkman, um fato impactante tenderia a perder o impacto se o leitor soubesse o que estava acontecendo.

“Então eu pensei que seria muito divertido se lessem edições finais e sem sabessem que liam as edições finais.”

Na San Diego Comic-Con de 2019 – portanto, pré-pandemia, Kirkman ainda abordou outro aspecto:

“Eu tinha de contar minha história exatamente como queria, por 193 edições, e terminar nos meus termos, sem nenhuma interferência ao longo do caminho… em nenhum momento. Isso é uma coisa tão rara! E não existiria sem o apoio inflexível que esta série obteve de leitores como você.”

A Panini publicou a série completa “The Walking Dead” em 32 volumes aqui no Brasil.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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