Comentamos ontem, aqui no Hábito de Quadrinhos, sobre o “crossover” (encontro) entre Batman e o universo do game Fortnite. Sem entrar no mérito da qualidade (não li), apontei apenas que é inusitado. E isso me fez lembrar de outras alianças, digamos, não convencionais…

Selecionei apenas cinco, e vou comentá-las em ordem de publicação:

1978 – “Superman Vs Muhammad Ali“, de Dennis O’Neil e Neal Adams
Uma “graphic novel” (antes da popularização do termo) para lá de origina. Envolve aliens ameaçando a Terra e uma luta de boxe entre o maior pugilista de todos os tempos, mas sem superpoderes, e o maior super-herói de todos os tempos, mas que não tem treinamento como boxeador.
A história tem artifícios para deixar a luta menos injusta, claro, e a HQ alcançou uma grande fama – talvez menos pela qualidade da HQ e mais pelo inusitado da situação.

1992 – “Lobo versus Papai Noel”, de Keith Giffen, Alan Grant e Simon Bisley
Lobo é o mais poderoso mercenário da DC Comics. Não é um super-herói, mas um aventureiro – se você pagar bem por seus serviços, ele topa tudo.
Em uma história que mistura humor politicamente incorreto com muita violência, o Coelhinho da Páscoa (!) contrata o Lobo (!!) para matar o Papai Noel (!!!).

1994 – “Archie Meets the Punisher“, de Stan Goldberg e John Buscema
Criado em 1941, Archie é um dos mais populares personagens norte-americanos de quadrinhos fora do gênero dos super-heróis. São histórias de humor (e romance) ambientadas no universo adolescente. O que ele tem a ver com o anti-herói Justiceiro, o violento “assassino a serviço do bem” da Marvel Comics? Isso, nada! Mas coloque esses personagens nas mãos de autores criativos e…
Essa história é inédita no Brasil.

2000 – “Superman & Bugs Bunny“, de Mark Evanier e Joe Staton
Bugs Bunny é o Pernalonga.
Superman é o Superman.
Eles não têm nada em comum, mas eis que esta minissérie em quatro números foi o primeiro encontro entre a DC Comics e o hilário universo dos personagnes de Looney Tunes: Patolino, Ligeirinho, Frajola, Piu-Piu, Ligeirinho… Uma história, claro, que coloca o humor acima de todo o resto, escrita por Mark Evanier – autor com larga passagem pelo Groo, ótimo personagem de humor.
Essa história também é inédita no Brasil.

2018 – “Turma da Mônica e Liga da Justiça“, por vários artistas
Uma série de aventuras bacanas, e bem-feitas, uniram mundos para lá de diferentes: Cascão & Aquaman (claro!), Chico Bento & Superman, Batman & Cebolinha, Turma da Mônica & Liga da Justiça…
Um crossover bem divertido, tomara que venham outros.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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