Estou aproveitando a Semana das Mulheres para aprender mais sobre quadrinhos – felizmente, tenho uma longa estrada a percorrer e ótimas HQs para ler. Mais felizmente ainda, consegui três amigas que manjam muito de quadrinhos e apresentar suas sugestões para mim e para os leitores do Hábito de Quadrinhos.

Para começar a lista, pedi as sugestões da acadêmica Dani Marino, que ganhou dois troféus HQ Mix com seu livro “Mulheres e Quadrinhos“, coescrito com Laluña Machado. Aliás, é possível ver a dupla em ação no YouTube clicando aqui: “Mulheres e Quadrinhos – Com Dani Marino e Laluña Machado“.

Aqui estão as dicas da Dani – as descrições são dela:

Bezimena“, de Nina Bunjevac
“Se trata de um livro enorme, maravilhosamente ilustrado e super premiado que narra, por meio de muita simbologia, a trajetória de um estuprador a partir da experiência da própria autora com um episódio de assédio que ela sofreu.
É o tipo de obra pra se ter em casa, impressa, apesar de sua versão digital ser mais acessível financeiramente. Minha dica é que as pessoas invistam na obra impressa porque cada página é uma obra de arte.”

Cais do Porto“, de Brendda Lima
“Ganhadora do prêmio HQMIX 2020 de novo talento desenhista por essa publicação, a artista brasileira apresenta temas cotidianos e muito familiares para quem, como eu, também mora em uma cidade que é um ovo e tem um porto. De forma bastante sensível e despretensiosa, passeamos por Fortaleza a bordo de um ônibus circular enquanto as protagonistas conversam sobre depressão, expectativas, decepções e conquistas.”

Minha coisa favorita é monstro“, de Emil Ferris
“Se fosse apenas pela também premiada HQ, o trabalho da Emil em mais de 500 páginas desenhadas de caneta bic já seria mesmo monstruoso. Mas, além da narrativa incrível contada a partir da perspectiva de uma menina de 11 anos que ama histórias de monstros e precisa desvendar um mistério de uma morte em seu prédio, a HQ é uma obra de superação, pois a autora sofreu um acidente que a impossibilitou de desenhar com a mão direita e ela aprendeu a desenhar com a esquerda, levando 5 anos para concluir essa história. Mais uma produção que merece ser conferida de perto.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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