A DC anunciou na semana passada que apresentará, em 2021, uma Mulher-Maravilha brasileira: Yara Flor, indígena que emigrou para os Estados Unidos, assumirá o manto que outrora foi da princesa Diana de Themyscira.

Adorei a ideia. Gosto quando as editoras apresentam personagens novos, ampliando suas mitologias. E, só para deixar uma coisa clara: não é definitivo. Yara Flor vai participar de “Future State”, uma saga que se passa em um futuro alternativo e vai ocupar todos os títulos da DC em janeiro e fevereiro. Depois, tudo volta ao normal. Se os personagens criados nesse futuro alternativo fizerem sucesso, podem ser incorporados à cronologia normal da editora.

Isso já aconteceu várias vezes: da linda minissérie “Reino do Amanhã”, por exemplo, vieram os heróis Robin Vermelho, Relâmpago e uma versão literalmente maluca do Starman, entre outros.

Enfim, este aviso é só para esclarecer que a DC (bem como sua concorrente Marvel) tem, literalmente, dezenas de dimensões paralelas e futuros possíveis. Há poucos heróis brasileiros nas duas editoras, mas aproveitei o gancho da Mulher-Maravilha verde-e-amarela para falar deles.

Fogo
Beatriz Bonilla da Costa
Única brasileira a ter feito parte da Liga da Justiça, é uma espécie de Tocha Humana, mas verde: pega fogo e voa. Teve dois outros codinomes (Fúria Verde e Flama Verde) e eez parte de grupos menores da DC, como os Guardiões Globais e o Xeque-Mate.
Atualmente não aparece em nenhuma revista, mas já teve seus momentos e foi vivida em duas ocasiões diferentes na TV: no primeiro filme da Liga da Justiça, de 1997, e no seriado “Powerless”.

Escândalo
Scandal Savage
Filha de um vilão, o perigoso Vandal Savage, Escândalo liderou o misterioso Sexteto Secreto, um grupo de anti-heróis que viveu aventuras divertidas no início do século. Como a Fogo, anda desaparecida.

Allegra
Allegra Garcia
Filha de um vilão (há um padrão aqui?), o desconhecido Wavelength, Allegra é bem poderosa: tem poderes eletromagnéticos. Esse poder todo não interessou muito aos editores, e apareceu em apenas três HQs.
Entretanto… Entretanto, ganhou uma versão de carne e osso na sexta temporada da série “Flash”, onde se torna aliada do herói. Fez sucesso e está escalada para ser uma personagem fixa da sétima temporada. É curioso: apareceu em mais episódios da TV do que em histórias nos quadrinhos.

Miragem
Miriam Delgado
Originalmente uma vilã dos Titãs que veio de um futuro distópico, mas depois uma aliada (e integrante!) dos Titãs nascida e criada no presente, Miragem é uma transmorfa que pode se transformar em quem quiser.

Ya’Wara
Ya’Wara
Assim como a vindoura Mulher-Maravilha, é uma indígena nascida e criada na Floresta Amazônica. Surgiu como coadjuvante do Aquaman e fez parte de um supergrupo menos conhecido da DC, os Outros.

Lanterna Verde
José Hernandez
Sim, houve um Lanterna “Verde-e-Amarelo”. Ainda inédito no Brasil, o personagem apareeceu em uma única história. Ele morava em outra dimensão e nunca foi incorporado à continuidade da DC.

Garota-Animal
Alexia Santos
Como o Lanterna Verda, não faz parte da cronologia oficial. Ela pode mimetizar “poderes” de animais que estejam próximos a ela e fez parte da equipe dos Titãs em um futuro alternativo.

Jaguar
Houve dois Jaguares – ambos brasileiros e completamente desconhecidos. A primeira, Maria de Guzman, surgiu em 1991 e estrelou uma revista própria, que teve 14 números.
O segundo, Rafael Hardy, surgiu duas décadas depois e apareceu em apenas seis edições. Ele é inspirado em um personagem da Archie Comics surgido em 1961, com o mesmo nome e os mesmos poderes, mas que não era brasileiro.

Lord Fanny
Hilde Morales
Trans carioca, virou uma poderosa feiticeira que faz parte de um grupo de anti-heróis chamado Invisíveis. Essa personagem não faz parte da cronologia – a revista em que ela apareceu, “Os Invisíveis”, é da Vertigo, um selo à parte da DC voltado para o público adulto.

Mulher-Maravilha
Yara Flor
Louco para saber mais sobre ela :-).

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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