É uma tarefa hercúlea, tão difícil quanto matar o Leão da Nemeia… Mas, enfim, eu revi as minhas histórias favoritas do Tintim, criação máxima do belga Hergé, para selecionar o top 5 delas e publicar aqui no Hábito de Quadrinhos.

Não custa lembrar: listas são subjetivas! Acho até que o “eu” de daqui a sete dias e o “eu” da semana passada escolheriam livros diferentes destes que o “eu” de hoje publicar aqui!

Dito isto, vou colocar os álbuns na ordem em que foram lançados. Até porque se fosse em ordem de preferência, eu ia ficar um tempão discutindo comigo mesmo e atrasar a publicação…

1932 – “Os Charutos do Faraó

Essa é apenas a quarta aventura do Tintim, e ele ainda não contava com a divertida presença do Capitão Haddock. Por outro lado, somos apresentados aos maravilhosos e atrapalhados detetives gêmeos Dupond e Dupont – e ao maior inimigo de Tintim, Rastapopoulos.

Em uma aventura bem ao estilo Tintim, com viagens para Egito e Índia, Hergé cria um enredo que envolve papiros do Egito Antigo, contrabando de drogas e, por que não?, uma seita secreta cujos membros usam estranhas fantasias escarlates.

1934 – “O Lótus Azul

“Estamos talvez no item e de Z hoje rascunhos longe todo azar ulterior.”

Se essa fosse minha única pista para desvendar uma trama complicada que envolve uma viagem à China, o livro acabaria na página cinco: o protagonista teria desistido. Felizmente, Tintim é mais inteligente do que eu e conseguiu ir adiante para desvendar um misterioso sequestro que envolve pessoas enlouquecendo em questão de segundos.

1942 – “O Segredo do Licorne” e “O Tesouro de Rackham, o Terrível

Tintim e companhia tentam resolver um enigma deixado por um antepassado do capitão Haddock. Caso consigam, pode haver, ou não, um mapa do tesouro.

 Claro que nada é fácil, e, além da dificuldade em entender a mensagem cifrada, há sequestros e uma série de furtos de carteira. A história é narrada em dois álbuns, e o segundo (“Rackham, o Terrível”) conta com a aparição de mais um hilário amigo de Tintim: o cientista genial, mas levemente confuso, professor Girassol.

PS: levei alguns anos para descobrir o que significa “licorne”: unicórnio!

1950 – “Rumo à Lua” e “Explorando a Lua

Nunca Tintim foi tão longe…

É uma trama que se divide em dois álbuns. No primeiro, Tintim, Milu e Haddock ajudam o professor Girassol no ambicioso projeto de criar o foguete que levará, pela primeira vez, seres humanos à Lua. A busca pela perfeição e a precisão com os detalhes na hora de conceber o foguete ajudam a explicar o sucesso de Hergé.

Na parte final da aventura, o foguete pousa na Lua. E adivinha quem foi o primeiro homem a pisar lá?

Durma com essa, Neil Armstrong.

1958 – “Tintim no Tibete

Algumas aventuras do Tintim têm um pé no sobrenatural: maldições antigas, mistérios inexplicáveis… E “Tintim no Tibete” tem um pouco disso, com a presença misteriosa do Iéti, o pé grande, e algumas situações propositalmente incríveis.

Isso, claro, em nada tira o brilho de uma aventura que fala 110% de amizade: Tintim, Milu e Haddock se aventuram no Himalaia para, entre os destroços de um avião que caiu, buscar Chang, o amigo chinês do jovem jornalista. Eles não têm certeza se ele sobreviveu ao acidente, mas isso não os impede de tentar… E tentar… E tentar…

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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