Há alguns dias eu publiquei aqui um vídeo sobre como incentivar crianças a criarem seus próprios gibis. Tive um retorno legal, o que me levou a pensar que talvez pudesse ser divertido sugerir alguns bons quadrinhos infantis – ou, pelo menos, que possam ser lidos por adultos e seus filhos.

Para esta lista, pensei apenas em quadrinhos nacionais. Nada me impede, claro, de fazer uma lista com estrangeiros mais para a frente :-).

Como as lojas estão fechadas por causa do isolamento social, a dica é procurar online, claro. Há muitas opções: Comix, Rika, Amazon

1 – “Bear”, de Bianca Pinheiro

Criativo, engraçado, bem escrito e desenhado: “Bear” é uma história fofa do início ao fim. A história começa com uma menina pedindo ajuda a um urso para encontrar seus pais. No meio do caminho, um reino fantástico, charadas e muito humor. Estou torcendo para a quarentena acabar logo para eu ler ao lado da minha sobrinha/afilhada de seis anos…

2 – “Cosmonauta Cosmo“, de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho

A dupla Damasceno e Garrocho cria quadrinhos encantadores (“Bidu – Juntos” também é ótimo), e escolhi esse simplesmente porque achei o Cosmo demais! Será que o menino Cosmo está realmente viajando para outras mundos é “apenas” sonhando com isso?

3 – “Jeremias – Pele“, de Rafael Calça e Jefferson Costa

Uma graphic novel bonita e sensível, que aborda um tema importantíssimo: o racismo. Acho que você vai fazer como eu e sair recomendando para outras pessoas.

4 – “Mako“, de André Diniz

Quando, já quarentão, comprei “Mako” em uma CCXP (Comic Con Experience, aqui de São Paulo), o sempre simpático André Diniz me deu uma “orientação”: “Peça a um adulto para ler contigo!”.

O personagem-título do livro é um simpático macaquinho que gosta de brincar, e a história é contada com leveza – e sem palavras.

Consegui ler sozinho, André! Está orgulhoso de mim? :-)))

O Wolverine de “Pequenos Heróis”

5 – “Pequenos Heróis”, de Estevão Ribeiro

“Pequenos Heróis” não tem esse nome à toa. É uma homenagem a heróis clássicos (Superman, Wolverine etc.) os imaginando… crianças.

Essa série (são dois livros) é incrível: roteiros bacanas, bem desenhadas e, ainda, sem balões. Se é uma criança pequena lendo, dá até para estimulá-la: o que você acha que este personagem está dizendo aqui?

6 – “Suriá“, de Laerte

Laerte é tanto ótima roteirista quanto desenhista, então não é nenhuma surpresa que sua linda Suriá esteja por aqui, né?

Nascida e criada no circo, a fofa Suriá é filha de dois malabaristas. As histórias mostram seu cotidiano e seus amigos, como o urso Kurtz e a elefanta Úrsula.

7 – “Taxi” e “!”, de Gustavo Duarte

Gustavo Duarte é um grande quadrinista: roteiros divertidos e ilustrações incríveis. As histórias não são infantis, mas o humor desses dois livros agrada tanto pais quanto filhos. Valem a pena.

Os ponto de partida de ambos são ótimos. Em “Có!”, um fazendeiro desconfia de que seus porcos estão sendo abduzidos por alienígenas!

Em “Taxi”, um músico atrasado pega um táxi dirigido por um… elefante.

8 – “Turma da Mônica – Laços“, dos irmãos Victor e Lu Cafaggi

Na verdade, a trilogia inteira é incrível: “Laços” (lançado em 2013), “Lições” (2015) e “Lembranças” (2017). Mas temos que começar por algum lugar, então sugiro iniciar a leitura pelo primeiro :-).

“Laços” começa com um mistério: onde estará o cãozinho Floquinho? Cebolinha, Mônica, Cascão e Magali vão tentar descobrir…

9 – “Turma da Mônica – Romeu e Julieta”, de Maurício de Sousa

A Turma da Mônica já faz parte do imaginário nacional… Certeza de que estaria na lista de qualquer um que fosse indicar quadrinhos brasileiros infantis.

Entre tantas opções, fiquei com uma das minhas favoritas: a adaptação da peça “Romeu e Julieta”, de Shakespeare. Ficou ótima!

10 – Ziraldo: “O Menino Maluquinho” e “O Menino Quadradinho”

Trapaça! Em vez de indicar um livro só do Ziraldo, vou ficar com dois: os lindos “O Menino Maluquinho” e “O Menino Quadradinho”, que conseguem agradar tanto crianças como adultos. Há infância, humor e imaginação de sobra em ambos…

(Você pode dizer também que é trapaça indicar “O Menino Maluquinho”, que é mais livro tradicional do que quadrinho… Mas aí entraríamos numa gostosa definição do que é o que, e vamos deixar isso para outro dia!)

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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