Eu não conheço pessoalmente o quadrinista americano de ascendência chinesa Gene Luen Yang, mas gostaria. Ele é talentoso na ficção, talentoso na não ficção e consegue ser autoral até quando toca uma revista mensal de super-heróis. Cara, tem muita coisa que tenho a aprender com ele…

Meu primeiro contato com a obra de Gene Luen Yang foi o incrível “O Chinês Americano”, uma obra esperta, tocante e divertida sobre busca de identidade e a ligação com a ancestralidade chinesa. Alguns trabalhos depois e ele estava produzindo para a gigante DC Comics, onde criou nada mais nada menos que o novo Super-Man (um chinês) e um supergrupo: a Liga da Justiça da China.

Esse trabalho na DC é incrível. Ao mesmo tempo em que prestava homenagem a histórias e personagens clássicos da própria DC, ele conseguiu apresentar personagens, situações, conceitos e pedaços da mitologia chinesa (olha a herança asiática aqui). E ficou realmente ótimo – na minha opinião, só a “Superwoman” de Phil Jimenez fazia frente nas publicações da editora daquela época (a Marvel tinha o prolífico Brian Michael Bendis criando umas 3 ou 4 coisas ao mesmo tempo).

Alguns trabalhos depois… e temos aqui, saindo no Brasil, uma graphic novel romântica de Gene Luen Yang. Criada em parceria com a ilustradora vietnamita LeUyen Pham, “Uma história de amor no Ano-Novo Lunar” (editora Alt) tem um título autoexplicativo e uma indicação do que vem por aí. Afinal, o Ano Novo Lunar é bem mais festejado na cultura asiática – olha ele abordando sua ancestralidade de novo. Autoral, mais uma vez. E criando mais uma HQ de qualiade? Ainda não li, mas apostaria minhas parcas patacas que sim. Abaixo, a sinopse da editora.

Valentina é uma jovem vietnamita-americana que recebeu esse nome em homenagem a são Valentim. Por conta disso, acabou desenvolvendo uma paixão verdadeira pelo dia dele ― que em muitos países é também o Dia dos Namorados.
No entanto, após grandes decepções, Val está pronta para jogar tudo pelos ares e desistir do amor. O sentimento só lhe trouxe desgosto e segredos, e ela tem certeza de que está amaldiçoada, afinal, ninguém da sua família jamais teve sorte no amor.
Mas o acaso surge e um encontro com dois entusiastas da famosa Dança do Leão desperta algo em Val. Será que é amor de verdade? Seria essa a sua chance de quebrar a maldição da família? Ou ela está destinada a viver para sempre com o coração partido?

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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