Quando eu era criança, havia um desenho animado (não se usava a palavra “animê” na época) que era quase um mito: “Patrulha Estelar”. Ambientada no futuro, essa ficção científica contava que alienígenas ameaçavam a Terra. OK, a premissa é batida, mas o contra-ataque era muito original: os terráqueos pegaram o Yamato, um navio que de fato existiu e foi abatido na Segunda Guerra Mundial, e o transformaram em uma nave espacial.

Um navio.

Voando.

Pelo espaço sideral.

Que criança não ia querer assistir a esse desenho nos anos 80?

Por algum motivo misterioso, “Patrulha Estelar” nunca estava passando nos horários em que eu podia ligar a televisão. Felizmente para mim (e muito mais felizmente para quem conseguia assistir ao animê), a editora NewPOP vai lançar no Brasil o mangá que adapta a série.

O nome da edição brasileira será “Space Battleship Yamato” – título com o qual a série foi distribuída internacionalmente e que traduz fielmente o “宇宙戦艦ヤマト” original, que em português ficaria “Encouraçado Espacial Yamato”.

Quem diria que esse navio viraria uma nave espacial?

Os 26 episódios de “Patrulha Estelar” foram exibidos no Japão entre 1974 e 75. Foi um sucesso… de lá para cá foram três remakes e 11 sequências. O mangá de “Patrulha Estelar” foi publicado simultaneamente ao animê – Leiji Matsumoto, que escreveu e ilustrou a HQ, também trabalhou na animação (como diretor).

Lembro que o pôster do primeiro filme do Superman dizia: “Você vai acreditar que o homem pode voar”. Quando criança, eu queria acreditar que um navio podia voar… mas a droga do desenho nunca estava passando quando eu podia assistir!

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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