Não acredito que nenhum super-herói exista. Aliás, duvido que algum leitor acredite.
Será um planeta distante (não precisa ser Krypton), em que a vida se desenvolveu por milhões de anos para, por acaso, terminar com sua espécie inteligente ser exatamente idêntica à humana da Terra, a anos-luz de distância?
Será que existe uma cidade sombria (não precisa ser Gotham City) em que a polícia acha OK alguém usar uma fantasia de morcego e violar todas as leis que puder?
Será que existe uma ilha paradisíaca (não precisa ser Themyscira) em que a princesa seja uma deusa e uma super-heroína nas horas vagas de suas obrigações como membro da família real?
Não, não e não. E tudo bem! O gênero dos super-heróis está aí, nos quadrinhos, na TV, no cinema, no rádio etc, nos trazendo aventuras que vão do puro escapismo a reflexões interessantíssimas. Então, por que algumas dessas obras têm vergonha de se assumirem como sendo de super-heróis? Discuto este tema na minha coluna desta semana no site oficial da TV Cultura. De quebra, recomendo duas ótimas HQs de super-heróis que não são nem da Marvel nem da DC, e que você pode ler despreocupadamente mesmo que não conheça a cronologia dos personagens:
- “Astro City”, de Kurt Busiek, Brent Anderson e Alex Ross
- “Powers”, de Brian Michael Bendis e Michael Avon Oeming
Mas, já que estamos por aqui, aproveito para sugerir uma obra da Marvel e uma da DC em que os super-heróis clássicos brilham, e que você vai desfrutar mesmo que nunca tenha lido nenhuma história de super-herói na vida.
- “Marvels”, de Kurt Busiek e Alex Ross
- “Reino do Amanhã”, de Mark Waid e Alex Ross