Hoje é dia de Sábado Sessão Saudade, quando sugiro obras que têm algo em comum, mas são completamente diferentes entre si.

O algo em comum de hoje é a adrenalina. Escolhi três aventuras, de escolas diferentes de HQs: o gekigá (quadrinho japonês voltado para adultos) de Lobo Solitário; as lindas bandas desenhadas (HQs da Europa) de Corto Maltese; e os comix, quadrinhos americanos originalmente voltados para jornais (ou meios alternativos), representados por Mandrake.

Lobo Solitário”, de Kazuo Koike e Goseki Kojima

Já recomendei este gekigá aqui no blog, mas não na Sábado Sessão Saudade. Então, vou indicar de novo – sou muito fã.

“Lobo Solitário” foi lançado no Japão de 1970 a 1976 e narra a história de um guerreiro (talvez o melhor do Japão antigo) que vaga com seu filho, um pequeno e doce bebê.

São aventuras violentas e inteligentes, que envolvem espionagem, ardis e cinematográficas lutas de espada. Todas as histórias de “Lobo Solitário” foram escritas por Kazuo Koike e ilustradas por Goseki Kojima. É uma saga longa, reunida em 28 volumes – no Brasil, a Panini lançou a série completa e agora está publicando a “coleção definitiva”.

Corto Maltese”, de Hugo Pratt

O italiano Hugo Pratt é um marco nos quadrinhos europeus. Escritor e desenhista, criava histórias incríveis. Sua obra-prima é o marinheiro Corto Maltese, personagem que viveu diversas aventuras ao redor do globo (inclusive no Brasil).

Como são muitas tramas, vou sugerir a primeira (se gostar, é fácil ir atrás das demais): “A Balada do Mar Salgado”. Lançada em 1967, a história se passa de 1913 a 1915 e é ambientada na Melanésia e em Papua Nova Guiné. Repare na humanidade dos “heróis”, “vilões” e até dos coadjuvantes; nos mistérios; e no carisma do protagonista, Corto.

Mandrake”, de Lee Falk e Phil Davis

Desculpe, David Blane. Desculpe, David Copperfield. O maior mágico de todos os tempos é Mandrake!

Lee Falk, roteirista maravilhoso, e Phil Davis criaram Mandrake para os jornais norte-americanos em 1934, quatro anos antes de Superman inaugurar a chamada Era de Ouro de quadrinhos dos EUA. Seriam Mandrake e Fantasma (também criado por Lee Falk) precursores dos super-heróis? Ou, e há quem defenda, são eles os personagens que inauguraram o gênero, mas injustamente não recebem o crédito?

As histórias do Mandrake, especialmente as primeiras, criaram um caminho próprio pelo qual seguiram muitos artistas em diversas formas de arte. Para ficar apenas nos quadrinhos, o Doutor Estranho, a Zatanna e a Feiticeira Escarlate são “filhos” diretos dele.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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