Gosto de usar a seção Duas Dicas Dominicais para apresentar quadrinhos novos. Mesmo agora, com menos obras inéditas graças à pandemia, tem bom material saindo. Mas hoje vou abrir uma exceção.

Duas séries que são acima da média estão sendo relançadas. Para quem não é velhinho como eu e as acompanhou quando saíram aqui no Brasil pela primeira vez, acho que não custa nada deixar aqui a dica para quem gosta de fantasia e/ou aventura.

Boa leitura!

Sandman, de Neil Gaiman e vários artistas

Tive vontade de colocar aqui uma poesia minha em homenagem a “Sandman”, mas vou te poupar dos meus maus versos.

“Sandman” merece uma semana inteira de artigos neste site (sim, estou planejando isso). Por ora, entretanto, vou dizer que esta série foi um marco nos quadrinhos norte-americanos e até hoje influencia o que é publicado por lá.

Embora a arte seja boa (especialmente as lindas capas), o segredo está nos roteiros. Neil Gaiman construiu em 75 edições mensais (e algumas especiais) uma obra-prima de terror e fantasia. Como diria meu irmão, Fábio: é para ler vestindo um smoking.

E não sou só eu que gosto de “Sandman”, claro. A série, lançada entre 1989 e 1996, ganhou algumas vezes o Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos norte-americanos. Não vou citar todos, mas vale ressaltar que Neil Gaiman venceu como melhor roteirista (quatro vezes!), Karen Berger como editora (em três anos) e a revista ainda abocanhou em três ocasiões a categoria de melhor série contínua.

Preacher”, de Garth Ennis e Steve Dillon

Um casal contrariou as leis locais e teve um filho. No caso, os pais são um anjo e uma demônia. O resultado? Gênesis, uma criatura que seria mais poderosa do que Deus.

Esse é o ponto de partida da série de aventura e fantasia chamada “Preacher”. O protagonista é um pastor que perdeu a fé (daí o título da série), sua namorada e um amigo deles (por acaso, um vampiro). Sobre eles, o mistério e a presença do tal Gênesis.

“Preacher” é muito boa pelo casamento entre o texto cheio de suspense e humor ácido de Ennis com a arte expressiva (e às vezes engraçada) de Dillon. Em alguns momentos, pode chocar pela violência. Mas acredito que vale a pena dar uma chance.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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