Uma minissérie de luxo em quatro capítulos sacudiu o gênero dos super-heróis em 1996: “Kingdom Come“, de Mark Waid e Alex Ross. Esta HQ já teve várias edições no Brasil, inclusive uma bem recente na coleção DC Pocket (voltada para edições mais econômicas) da Panini, com o nome de “Reino do Amanhã“.

Se você ainda não leu, recomendo. “Reino do Amanhã” mostra o universo DC em um futuro próximo, em que o Superman se aposentou após uma tragédia pessoal. Neste contexto, a abundância de super-seres sem uma bússola moral acaba virando um problema. Essa é a premissa: a execução é simplesmente incrível. A arte pintada de Alex Ross está deslumbrante, e o roteiro tenta mostrar a essência dos personagens. Por exemplo: se o Flash é o homem mais rápido do mundo, aqui ele aparece sempre em movimento, um borrão constante, jamais parado. Se o Gavião Negro é um herói com ligação com gaviões, aqui ele se tranforma em um enorme gavião humanizado. Há esta preocupação com todos os personagens, dos mais famosos, como os já citados, como os menos – a Lady Fantasma virou, literalmente, uma fantasma.

Há mais pontos a abordar. A mini também apresenta uma enorme gama de jovens heróis, a “próxima geração” da DC, herdeira das principais “famílias” de heróis. Há o misterioso filho do Batman, uma nova Kid Flash, a guerreira filha do Senhor Milagre e da Grande Barda – cada personagem, por menor que seja sua aparição, tem um contexto por trás, rende uma homenagem ao mesmo tempo que é um porta para histórias futuras.

Está saindo este mês, nos EUA, um documentário que vai abordar a origem deste sucesso: “The Legend of Kingdom Come” (“A lenda do ‘Reino do Amanhã’, em tradução livre), de Remsy Atassi. Sei pouca coisa sobre ele – ainda é inédito -, mas Alex Ross divulgou em suas redes sociais que foi entrevistado e até divulgou um teaser (abaixo). Ainda não há previsão para sair no Brasil, mas estou louco par assistir.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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