Ontem foi o Dia do Quadrinho Nacional – homenagem a Angelo Agostini, patrono da HQ brasileira. Vamos aproveitar esta semana para apresentar textos apenas sobre obras nacionais aqui no Hábito de Quadrinhos – e vamos começar com um pouco de nostalgia. Quando eu era criança, era difícil achar HQ nacional nas bancas – exceto a Turma da Mônica. Eu queria ter contato com outros artistas, mas só ficava sabendo da existência deles por meio de matérias em fanzines ou nos poucos livros sobre HQs lançados até então. Certos nomes ficaram na memória… E Gedeone Malagola é um deles.

Vi no Universo HQ que há dois álbuns resgatando o trabalho do paulistano Gedeone Malagola (1924-2008), que além de quadrinista era delegado (aprendi essa no Guia dos Quadrinhos).

Malagola criou dezenas de personagens (o mais famoso é o Raio Negro) e estes álbuns resgatam dois deles.

Criado em 1965, o Homem Lua (o colorido herói que abre este texto) é um herói com uma base na Floresta Amazônica, mas que age em todo o Brasil, graças a seu Jato Lua – adoro as bugigangas das primeiras décadas dos gêneros dos super-heróis, como o Flechamóvel do Arqueiro Verde e o Batcóptero do Batman…

O segundo álbum não é de super-herói, mas de terror: uma releitura da mitologia da múmia com o nome de Múmia de Kharis (abaixo). Este é um trabalho conjunto de Malagola com o desenhista Ignácio Justo, outro batalhador desta época em que conseguir publicar HQ aqui no Brasil era exceção.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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