Apresento mensalmente, aqui no Hábito de Quadrinhos, projetos de quadrinistas nacionais que estão no Catarse. Alguns artistas eu já conheço, outros não – e isso faz parte da graça de procurar novos trabalhos para apoiar (e ler!).

(As descrições dos projetos não são minhas, peguei do Catarse.)

Edição de Artista # 1 – Aventuras do Anjo“, de Flavio Colin

“As Artist´s Editions – como são conhecidas no mercado norte-americano – são publicações que imprimem uma história em quadrinhos no formato original da arte e sem os retoques gráficos. Deste modo, é possível visualizar todo o processo artístico realizado pelo autor: as marcas de lápis, as tonalidades do entintamento, as correções com tinta branca, os recortes e as colagens. Por tudo isso, é um excelente material para o estudo das técnicas que envolvem a produção do desenho de HQs.
Para estrear esta primeira edição, ninguém é mais adequado que Flavio Colin (Rio de Janeiro, 1930-2002), o grande mestre dos quadrinhos brasileiros. Um artista de estilo único e inigualável na técnica do claro-escuro.
Foi na revista As Aventuras do Anjo, editada desde o final dos anos 1950 pela extinta Rio Gráfica Editora (RGE), que Colin iniciou sua carreira de quadrinista, ainda notadamente inspirado pela arte de Milton Caniff (de ‘Terry e os Piratas’). A história que vamos publicar é ‘O Lenhador Maldito’, que saiu originalmente no quinto número da revista, em 1959. É a única HQ da série que os originais foram preservados integralmente, uma verdadeira raridade.”

Revista Mina de HQ – Número 2“, de Mina de HQ

“Nesta nova edição, você vai ler histórias em quadrinhos, entrevistas, artigos e reportagens.Os quadrinhos são uma forma de viajar, conhecer lugares, culturas e personagens. Em 2015, a jornalista Gabriela Borges criou a Mina de HQ para produzir conteúdos sobre histórias feitas por mulheres e pessoas não-binárias e ajudar a popularizar quadrinhos que fogem dos estereótipos machistas, das personagens hipersexualizadas e da ideia de que HQ é coisa de menino, de criança ou só de fãs das histórias de super-heróis.
Esse é um projeto plural, independente e feminista, com perspectiva de gênero, de jornalismo, pesquisa e entretenimento, que existe (e resiste!) há seis anos. A grande maioria dos nossos conteúdos é distribuída de forma gratuita no site, no Instagram, no canal do Youtube, no Facebook, no Twitter, na newsletter, além da revista impressa.”

Maramunhã, Uma lenda Manaus“, de Evaldo do Nascimento Vasconcelos

“Que consequências um mal-entendido pode causar?
Maramunhã (Guerra em Nheengatu) é uma adaptação livre do conto Batracomiomaquia, creditado ao escritor grego Homero. O conto, uma sátira da Ilíada, descreve a Guerra de Tróia substituindo gregos e troianos por ratos e sapos.
Nosso quadrinho traz a ação da Grécia para a Amazônia, substitui sapos por jabutis, ratos por quatipurus, o narrador que era um corvo por um Japiim e as divindades gregas por espíritos da religião dos indígenas Manaus.
Maramunhã conta como uma desavença entre os pacíficos jabutis e quatipurus os levou a procurar as aldeias dos humanos para aprender como fazer a guerra. Um japiim que viu todo o desenrolar da história foi até os espíritos da floresta para que a paz fosse restaurada. As entidades intervêm, mas as consequências da batalha continuam até hoje.”

O livro do rio: Iguaraguá“, de Jan Santos

“Escrevemos uma fábula ecológica cujo foco é a preservação de um dos principais animais da nossa fauna: o peixe-boi.
A ideia foi honrar as histórias lendárias que crescemos ouvindo de nossos pais, ao mesmo tempo que colocamos um de nossos animais favoritos no centro de uma narrativa mítica.
Há muitas coisas no mundo que o pequeno Ayu não sabe. Uma delas é que há poderes estranhos e antigos correndo nos rios da Amazônia, forças ancestrais que precisam da ajuda do jovem ribeirinho.
Ou será que precisam de algo mais?”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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