Após post diários sobre esportes olímpicos, resolvi dar uma pausa hoje e falar de… esportes não-olímpicos!

Sim, estou hipnotizado pelas Olimpíadas e não quero tirar os olhos da TV – certeza de que tem um brasileiro competindo neste instante que você lê… Mas não quero me repetir por aqui, então resolvi trazer cinco HQs de esportes que não estão representados em Tóquio-2020… Boa leitura!

Kickboxing e muay thai
Sawamu, o Demolidor“, de Ikki Kajiwara e Kentaro Nakashiro
Um animê que foi onipresente na minha infância. Muitas crianças se esborracharam no chão tentando, em vão, reproduzir o chute no vácuo com joelhada, golpe perfeito inventado pelo protagonista Tadashi Sawamura.
A HQ, bem como o desenho que a adapta para a TV, mostram a vida de Sawamura, um carateca que, após ser derrotado, aprende a lutarkickboxing e muay thai.
Apesar do enorme sucesso que o animê fez no Brasil, o mangá é inédito por aqui.

Automobilismo
Speed Racer“, de Tatsuo Yoshida
Outro animê foi um marco da minha infância. Não era todo mundo que conseguia assistir ao desenho animado por causa dos horários -a programação da TV nem sempre esteve disponível a qualquer momento no celular, jovens-, mas o piloto Go Mifune e seu carro Mach 5 eram clássicos comentados nos recreios de qualquer escola.
O mangá completo foi lançado no Brasil há poucos anos – com direito a box especial e tudo.

Go
Hikaru no Go“, de Yumi Hotta e Takeshi Obata
Não sei nada de go, jogo de tabuleiro famoso na Ásia, exceto que é disputado por dois rivais – um com peças brancas, outro com pretas. E isso não me tirou o prazer de começar a ler este mangá, muito bem escrito por Hotta e ilustrado por Obata (de “Death Note”).
Em 1999, “Hikaru no Go” foi premiado no Shogakukan Award, um dos dois grandes prêmios japoneses destinados a mangás.

Futebol americano
Torpedos“, da Marvel Comics
Há algumas décadas, a Marvel quis lançar um universo novo, com uma cronologia completamente diferente, para fisgar novos leitores sem que eles se preocupassem com os 30 anos anteriores de cronologia dos X-Men e seus paradoxos (“ei, o filho do Ciclope é mais velho do que ele?” é uma pergunta pertinente a partir dos anos 90).
O Novo Universo Marvel não deu muito certo, mas alguns conceitos eram bem interessantes. Um deles era dos “Torpedos”: o que acontece quando um jogador de futebol americano ganha poderes e fica muito, mas muito mesmo, mais forte que seus rivais?
As histórias dos Torpedos (Kickers, Inc., no original) foram publicadas no Brasil na revista mensal “Justice”, hoje difícil de ser encontrada, e nunca mais foram republicadas.

Kung fu
Shang-Chi“, da Marvel Comics
O título da revista, quando foi lançada em 1974, era “Master of Kung Fu”. Quando saiu aqui no Brasil, era “Mestre do Kung Fu”. Mas agora que vai pro cinema, como parte do incrível Universo Cinematográfico Marvel, o filme vai se chamar… “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”.
Então, para deixar claro: o Shang-Chi que vai chutar vilões e mais vilões no cinema e no seu celular a partir de setembro deste ano é, antes de tudo, um lutador de kung fu. Nos quadrinhos, o lado “esporte” não era exatamente aproveitado. Sobravam aventuras e muitas poses para o leitor falar “uau!”.
Como o personagem da Marvel tem décadas de histórias publicadas, mas nunca foi exatamente um sucesso de público (bom, pelo menos até o filme sair…), separei apenas uma HQ, que reúne histórias clássicas do personagem.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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