O norte-americano Mort Walker (1950–2018) criou histórias do Recruta Zero por exatos 67 anos, 3 meses e 12 dias – dando um total de 24.576 tiras, sendo a última em dezembro de 2017. Trata-se de uma trajetória impressionante, e que nos coroou com um dos mais icônicos personagens dos quadrinhos mundiais.

Preguiçoso, mas de bom coração; safo, mas comumente descoberto pelo sargento Tainha quando apronta das suas; leal aos amigos que não são poucos: Quindim, Dentinho, Capelão e, claro, o próprio Sargento Tainha. O Recruta Zero é uma figuraça, protagonista de tiras e animações hilárias.

Falando de modo totalmente subjetivo, não acho que ele tenha aqui no Brasil o reconhecimento que deveria. Segundo o ótimo site Guia dos Quadrinhos, ele já apareceu em mais de mil publicações aqui no país – mas a última vez em que foi estrela de uma revista ou livro próprio foi no distante 2016, quando saiu o quarto volume de “O Livro de Ouro do Recruta Zero” (Pixel Media). Quase uma década!

Pois bem. Neste ano, celebramos 75 anos de sua criação, em 4 de setembro de 1950. Seu criador, Mort Walker, não está mais entre nós, mas três de seus filhos continuam tocando a tira: Neal, Brian e Greg Walker. Não vi nada anunciado para celebrar o personagem aqui no Brasil, mas nos EUA a Fantagraphics Books anunciou “Mort Walker’s Beetle Bailey: 75 Years of Smiles” (abaixo; em tradução livre: “O Recruta Zero de Mort Walker: 75 anos de sorrisos”). Espero que seja publicada por aqui – senão esta edição, ao menos alguma outra com este queridíssimo personagem. Queremos continuar sorrindo por muitas e muitas décadas.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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