A norte-americana Emil Ferris tinha 55 anos quando lançou sua primeira graphic novel. E que estreia! “Minha Coisa Favorita é Monstro” é uma das HQs mais lindas e envolventes da última década.
Emil Ferris, com ilustrações magníficas, nos apresenta a Karen Reyes, uma menina de 10 anos crescendo nos EUA dos anos 60. “Minha Coisa Favorita é Monstro” é apresentado como se fosse o diário dela, com um olhar subjetivo que nos aproxima da moça sensível que é fã de filmes de horror e que, por algum motivo, se ilustra como se fosse uma moça-lobisomem – será por timidez? O resultado é uma obra sensível, inteligente e cativante – você acaba as mais de 400 páginas querendo por mais.
Não à toa, levou três Eisner Awards quando foi lançada: melhor graphic novel inédita, melhor escritor/artista e melhor colorista (ambas para Ferris, claro). Na França, foi eleita a HQ do ano no prestigioso Festival de Angoulême. Tem mais uns prêmios, mas acho que você entendeu.
A Companhia das Letras colocou este mês em pré-venda o segundo volume de “Minha Coisa Favorita é Monstro“, que encerra a história. Abaixo, a sinopse da editora:
“Do alto de seus dez anos, Karen Reyes é testemunha da turbulência, da decadência e da exuberância de Chicago em 1968. Ela acabou de perder a mãe, seu irmão Dezê esconde segredos da família, e o assassinato de sua vizinha Anka Silverberg é um mistério que ela quer — e vai — desvendar. Acompanhamos tudo isso pelo diário dessa menina que se retrata como uma lobismoça. “É desenhando que eu entendo as coisas”, ela nos diz enquanto viaja de trem, trava conversas sobre os significados da arte, investiga subterrâneos com o amigo Franklin/Françoise e descobre o primeiro amor no banheiro de um museu. Sua maior obsessão ainda é a vida e morte de sua vizinha do apartamento de cima, Anka. Sobrevivente do Holocausto, as experiências atrozes da amiga são registradas por Karen nas páginas pautadas deste caderno de colégio — e fazem paralelo trágico com todos os monstros que precisa enfrentar.”