Que a Mafalda, personagem máxima do argentino Quino, é genial, eu sei (e explico aqui por que gosto tanto), você sabe, os argentinos sabem. E, pelo visto, os franceses também.

A editora Glénat anunciou que está produzindo uma coletânea em homenagem à contestadora menininha argentina: “Mafalda, mon héroïne” (“Mafalda, minha heroína”, em tradução livre). É claro, uma iniciativa a ser louvada: 13 artistas contemporâneas reinterpretando a Mafaldinha.

Há, claro, um detalhe que pode fazer muita gente (inclusive eu) a ter uma leve preocupação: o fato de ela ser adaptada para os dias de hoje em algumas destas HQs (talvez em todas). Mas quem somos nós para julgarmos antes de lermos?

“Mafalda, mon héroïne” sairá na França no final de agosto, e ainda não há previsão de publicação no Brasil.

Diz o anúncio da Glénat (de novo, em tradução livre):

Durante 60 anos, Mafalda decifrou o mundo pelos olhos de uma criança! Com franqueza, ela nunca deixou de revelar as injustiças e sublinhar os paradoxos de nossas sociedades. Rebelde, perspicaz e um pouco idealista, essa figura feminista e anti-establishment deixou sua marca em gerações de leitores e continua a nos inspirar. Para comemorar o aniversário da nossa jovem heroína, que não envelheceu nem um dia, um grupo de autores talentosos está lhe prestando uma homenagem vibrante com um novo álbum excepcional. E se Mafalda fosse catapultada para o nosso tempo, o que ela diria sobre o estado do planeta e suas disfunções, tarefas domésticas, igualdade de gênero, pobreza, condição animal e nossos políticos?

Cerca de uma dúzia de autoras, cada uma com seu próprio estilo gráfico distinto, tiveram liberdade para esboçar a personagem à sua maneira, em histórias longas ou gags. Todas elas retratam uma Mafalda deliberadamente moderna que continua a questionar a natureza humana e as principais questões enfrentadas por nossa sociedade com humor.

Se Quino entendeu o poder de uma personagem principal feminina e a transformou em um símbolo de um espírito inconformista, esta coleção nos oferece uma coletânea de histórias ousadas e refrescantes para redescobrir uma personalidade cuja influência foi além de seu criador. Para ser lido sem moderação!

Autoras: Pénélope Bagieu, Florence Cestac, Florence Dupré la Tour, Aude Picault, Véro Cazot, Anne Simon, Maud Begon, Soledad, Agathe de Lastic, Maëlle Reat, Marie Bardiaux-Vaïente, Miss Gally, Émilie Gleason…”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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