Quando comecei a transição dos quadrinhos infantis da Turma da Mônica para outros mais adultos, me interessei em ir atrás de autores brasileiros. E isso nunca passou: quando comecei a trabalhar como jornalista, aos 19, sempre aproveitava as entrevistas para perguntar quem aqueles quadrinistas admiravam. E um nome que aparece muitas vezes naquela época foi o do carioca Flavio Colin (1930-2002).

Não era fácil encontrar quadrinhos dele, mas a busca sempre valeu a pena. Arte única, bem autoral, ótimo domínio da narrativa, temas bacanas. (Ainda tive o privilégio de entrevistá-lo, e ele era muito simpático.)

Enfim! Mais de duas décadas após a sua morte, tem uma obra inédita do Colin pipocando por aí – no Catarse, para ser mais preciso. “Vila-Velha: A Cidade da Bolha” surgiu porque Ivan Costa, responsável pelo acervo de Colin, descobriu páginas de uma história que ele desconhecia. A busca para descobrir onde havia sido publicada resultou “infrutífera” – afinal, era inédita.

É esta história que está saindo agora pela editora MMArte: “Vila-Velha: A Cidade da Bolha“, uma HQ que reúne ainda mais dois nomes importantes dos quadrinhos nacionais: Caco Xavier, responsável pelo roteiro, e Luiz Gê, que faz uma participação especial.

Abaixo, a sinopse:

“Após um cataclismo mundial, uma pequena aldeia é encerrada numa dimensão extra-temporal e passa a viver isolada do resto do mundo. Tudo o que resta do chamado Mundo Antigo são alguns volumes da enciclopédia infanto-juvenil Tesouro da Juventude e a primeira página da HQ God is a Lily of the Valley, de Luiz Gê, tida para os habitantes da cidade como uma profecia incompleta.

“Uma aventura ágil, uma pitada de ficção científica, e duas ou três colheres de humanismo decadente.” Foi mais ou menos assim que o quadrinista Caco Xavier descreveu seu roteiro de VILA-VELHA: A Cidade da Bolha. Desenhada por Flavio Colin (1930-2002) no início da década de 1990, a história nunca foi publicada e páginas de seus originais se dispersaram.”

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169