O filme do Quarteto Fantástico estreia esta semana – e mal posso esperar para ver. Reed Richards, Sue, Johnny e Bem sempre estiveram no meu hall de personagens queridos nos quadrinhos de super-heróis. E, como eles onipresentes com a expectativa do longa, me lembrei do curioso quadrinho em que eles eram vilões.

“Planetary” foi uma série de super-heróis de apenas 27 edições e 3 números especiais, mas que foi marcante. O escritor Warren Ellis (hoje cancelado, devido a seu comportamento criminoso com dezenas de mulheres) e o fabuloso artista John Cassaday (precocemente falecido ano passado, aos 52 anos) nos entregaram uma série complexa que envolvia teorias da conspiração e homenagens aos gêneros de faroeste, ficção científica, terror e, acima de tudo, super-heróis.

Os protagonistas são o rabugento Elijah Snow, a poderosíssima Jakita Wagner e o nerd Baterista (seu nome não é revelado), um trio de agentes de campo que atua para uma fundação tão misteriosa quanto bilionária chamada Planetário. Seu misterioso líder, o “Quarto Homem“, comanda esta organização secreta que pesquisa, cataloga e investiga os grandes mistérios da humanidade. “Este é um mundo estranho; vamos mantê-lo assim”, dizem os “arqueólogos dos mistérios”.

Não seria uma HQ de super-heróis sem supervilões, claro. Aqui, são um grupo de quatro astronautas que ganhou poderes incríveis durante uma viagem ai espaço. Sim, é exatamente a mesma origem do Quarteto Fantástico, o que fica ainda mais claro quando vemos são conhecidos como “Os Quatro”. Dá para ser mais explícito? Sim, dá.

O intelectual Reed Richards dá lugar a Randall Dowling, um cientista que “estica” sua mente a ponto de dominar qualquer um a seu redor – além de ser um gênio incomparável. Sua mulher, Kim Süskind, pode ficar invisível, assim como Sue Storm. William Leather tem os mesmos poderes de Johnny Storm. E Jacob Greene é quase xará do Coisa, que se chama B. Jacob Grimm – além de ter os mesmos poderes e aparência rochosa.

Enquanto o Quarteto usa seus poderes para o bem, os Quatro viraram genocidas, manipuladores, narcisistas, poderosíssimos, virtualmente invencíveis. Antagonistas perfeitos para a fundação Planetário.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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