Kazuichi Hanawa já era um mangaká famoso quando foi preso e julgado por porte ilegal de armas. No Japão, leis são leis, e nem sua fama como artista o ajudou. Resultado: três anos tediosos na cadeia. Mas que ele usou para observar o sistema carcerário japonês e, claro, a si mesmo.

Hanawa transformou este duro período no mangá autobiográfico “Na Prisão”, uma obra sincera, por vezes crua, e corajosa. Nem todo mundo admite cometer erros, que dirá crimes. Ele admitiu tudo.

A descrição da rotina na cadeia é precisa. As ilustrações são limpas e detalhadas. Os deveres e obrigações, descritos com sobriedade. Não há espaço para “pena”. Há uma realidade sendo exposta.

“Na Prisão” saiu em 2000 no Japão e, cinco anos depois, no Brasil. Esta edição, hoje, é rara. Felizmente, como vi na Biblioteca Brasileira de Mangás, este mangá será republicado aqui, 20 anos depois, agora pela Comix Zone. Ótimo relançamento.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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