O Gavião Negro (Hawkman, no original) é um super-herói clássico da DC Comics. Criado em 1940 por Gardner Fox e Dennis Neville, ele podia voar com grandes asas e tinha origens místicas: era reencarnação de um príncipe egípcio.

Duas décadas depois, a editora investiu em um novo personagem, com o mesmo codinome (Hawkman), mas um conceito completamente diferente: agora, tratava-se de um policial de um planeta distante (Thanagar). Saiu a magia e entrou a “ciência avançada”, cortesia de Gardner Fox (de novo!) e Joe Kubert. Esta versão do personagem fez mais sucesso, aparecendo, por exemplo, no desenho animado dos Superamigos.

Mas em 1989 tivemos uma reinvenção do personagem. Não houve uma mudança no conceito (ainda era o policial de Thanagar), mas na abordagem. Na curta minissérie “Mundo Gavião” (“Hawkworld”), escrita e ilustrada por Timothy Truman, temos uma história sombria e madura. A Thanagar que vemos tem sérios problemas sociais, com um abismo gigantesco (e literal) entre os mais abastados e a gigantesca população pobre. Há corrupção, preconceito e os mais ricos lutando para manter o status quo. Houve uma transição na sutil linha que separa o escapismo puro para reflexões sociais diluídas em aventura e drama. O resultado ficou excelente.

“Hawkworld” saiu no Brasil em 1990, um ano após a publicação do original nos EUA, com o título de “Gavião Negro”. Ainda tenho uma coleção completa, surrada após tantas releituras. E agora a Panini lança, este mês, uma nova edição e tradução, com os três capítulos reunidos em um único volume, com um título mais próximo do original: “Mundo Gavião”. Um belo exemplo de HQ de super-heróis, reempacotado para quem não teve contato com a obra original. Abaixo, a sinopse da editora.

“Para aqueles que ocupam as altas patentes e os pináculos elevados, o planeta Thanagar é um paraíso de orgulho e luxo. Mas, para as hordas fervilhantes de forasteiros que trabalham nos níveis inferiores para sustentar a decadência de seus mestres, o planeta é um campo de trabalho infernal… um território degradado, vasto e purgatorial do qual não há fuga possível.

Katar Hol é jovem e idealista. Como membro recém-chegado da força policial imperial, quer fazer a diferença. Os ideais, no entanto, têm um preço e são incompatíveis com as hipocrisias cotidianas de uma autocracia madura. Enquanto se aventura pelas sombras, o jovem Katar não faz ideia do quanto ainda tem a aprender… ou do quanto terá de pagar.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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