
Estou dedicando esta semana, até agora, para falar um pouco do Quarteto Fantástico e do alcance deles na cultura. Segunda, por exemplo, comentei sobre uma animação inspirada por eles: “Os Incríveis”. Ontem, abordei uma HQ cinematográfica, onde eles serviram de base para os misteriosos e poderosíssimos vilões chamados de… Os Quatro. E hoje falarei sobre aquele curioso quadrinho em que a “primeira família” da Marvel são os heróis, mas não se chamam Quarteto Fantástico: “Astro City“, de Kurt Busiek, Brent Anderson e Alex Ross.
“Astro City” é uma espécie de declaração de amor aos quadrinhos de super-heróis. Casa personagem é meticulosamente criado por Busiek, Anderson e Ross como uma homenagem a algum herói (ou vilão) criado antes dele. Até os nomes das ruas, bairros e parques celebram alguém – neste caso, normalmente, roteiristas e ilustradores que criaram os personagens que moldaram o gênero dos super-heróis – e os sonhos e fantasias dos leitores.
Neste mundo fabuloso e fantasioso, o Superman, por exemplo, virou o Samaritano; Vitória Alada é a Mulher-Maravilha; Batman é o Confessor etc. E onde entra o Quarteto Fantástico nesta história? Eles são a base para a Primeira Família, um grupo de heróis formado, não à toa, por cientistas que são parentes. Reed Richards foi dividido em dois irmãos (o que só amplia o conceito de “família”, claro): Augustus e Julius Furst; o pedregoso Rex, claro, é análogo do Coisa; e há os irmãos Nick e Natalie, representando os irmãos Johnny e Sue Storm.

A homenagem, em si, poderia ser só bonitinha – mas não renderia um texto aqui por si só. Para mim, “Astro City” merece ser mencionado por ser um dos títulos mais bacanas do gênero dos super-heróis neste século. Críticos concordam comigo: são 12 prêmios Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos americanos, em diferentes categorias: escritor (para Kurt Busiek), edições únicas (em 3 anos diferentes), história em capítulos, série contínua, série nova e capista (Alex Ross).
Agora, o lado não tão feliz da história: apenas 12 dos 17 volumes encadernados saíram por aqui – o último foi “Corações em Conflito”, publicado em 2019. “Honor Guard”, “Reflections” etc. estão aí, dando sopa. Por que não agora?
