
A alemã Nora Krug gosta de temas difíceis. Com “Heimat: Ponderações de uma alemã sobre sua terra e história”, por exemplo, ela aborda sua família e o fato de seu avô ter sido um nazista atuante – e todo peso que isso possa vir a carregar. Em “Sobre a tirania: Vinte lições do século XX para o presente”, ilustra reflexões sociológicas sobre política e poder. Não são assuntos fáceis, daqueles que você puxa assunto na padaria.
Krug agora, voltou seu olhar e seu talento para um tema que envolve mortes, dor e um massacre que não termina: a invasão russa à Ucrânia. A Quadrinhos na Cia está lançando “Diários da guerra: Dois relatos gráficos da Ucrânia e da Rússia“, em que ela ilustra depoimentos de duas pessoas com quem vem mantendo contato desde que a invasão começou, em 2022.

Abaixo, a sinopse da editora:
“Imediatamente após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, Nora Krug entrou em contato com dois anônimos ― K., uma jornalista ucraniana nascida na Rússia, e D., um artista russo ― e começou uma correspondência que se estenderia por mais de um ano. A partir destas conversas e entrevistas, a autora de Heimat desenvolveu uma série de relatos ilustrados que coloca em cena duas visões tão distintas quanto complexas da guerra em curso. Em meio aos milhões de deslocados, mortos e feridos, Krug nos oferece um olhar sobre os efeitos devastadores do conflito em um nível individual e cotidiano. Diários da guerra não tem como objetivo criar um espaço de reconciliação ou igualar as experiências russas e ucranianas. Ao contrário, expõe o contraste nítido entre narrativas moldadas pela guerra. De um lado, o diário de K. documenta um ano de angústia emocional e existencial, enquanto vivencia perdas de todas as ordens: a morte de pessoas próximas, o afastamento de sua família e amigos, a devastação do país. De outro, o relato de D., às voltas com a própria identidade, culpa e falta de ação diante de um regime que se mostra cada vez mais tirânico, expressa seu desgosto diante das ações do governo russo e detalha suas tentativas de sair do país com a família. Um registro corajoso e comovente, em tempo real, de um conflito que parece não ter fim e segue a devastar vidas e o futuro de milhares de pessoas.”
