Uma vez conheci um jornalista angolano que, entre muitos outros comentários interessantes, me disse algo que me fez refletir:

– É curioso como vocês [brasileiros] se interessam tão poucos pelos seus irmãos.

Ele se referia às antigas colônias portuguesas: Angola, Moçambique, Goa… E, claro, ele tinha razão.

Eu sempre me interessei (sou filho de angolano), mas, desde então, passei a prestar ainda mais atenção aos nossos irmãos. Por isso que o projeto “CoBrA – Operação Goa”, que está no Catarse, me chamou a atenção. Trata-se de uma história ficcional de suspense ambientada no último período de ocupação portuguesa em Goa, região que hoje fica na Índia.

Os autores são Marco Calhorda (roteiros), jornalista luso nascido em Moçambique, e Daniel Maia (arte), também português. Abaixo, a sinopse da campanha deles no Catarse:

“Os ventos da descolonização começam a soprar. Portugal está presente na Índia há mais de 450 anos, mas tem uma dificuldade crescente em defender o território situado a mais de 8 mil quilómetros de distância da Metrópole.
Por um lado, os recursos materiais e humanos são escassos; por outro o governo português, sob a orgulhosa administração Salazarista, recusa adaptar-se aos novos tempos.
CoBrA – Operação Goa é uma obra de ficção que ressalta a ambição e redenção humanas. Enquadrada no contexto histórico da ocupação de Goa e invasão dessa península pela Índia, a narrativa centra-se na intervenção do CoBrA, a agência secreta liderada pelo controverso Jorge Jardim, para forçar a abertura de canais de comunicação entre os vários intervenientes desta história, na coação dos poderes políticos, incluindo os de Portugal, a abandonarem considerações imediatistas e oportunistas e, por fim, no engendrar do repatriamento dos prisioneiros Portugueses detidos Goa.
É neste contexto que o CoBrA (Comissariado contra a Brutalidade Animal) entra em ação nos momentos que antecedem a invasão de Goa pelas forças da União Indiana. Agência secreta de caráter fortemente Lusitano, leia-se com escassez de meios e recursos sofisticados, mas abundante em criatividade e técnicas pouco ortodoxas, o CoBrA é responsável pelo planeamento e execução de uma série de atividades clandestinas extremamente audazes em 3 distintos continentes, tudo com o intuito de fortalecer a fraca posição do estado Português nas futuras negociações com a India para definir o futuro de Goa.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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